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Cobre fecha misto, com investidores de olho em sinais de déficit na oferta

A demanda e o atual cenário econômico da China também estiveram no radar desta sessão

Cobre fecha misto, com investidores de olho em sinais de déficit na oferta
Foto: Envato Elements

Os contratos futuros de cobre fecharam sem sinal único nesta quarta-feira (26), em um cenário no qual o mercado segue se reposicionando após as perspectivas por déficit na oferta, que levaram às disparadas recentes dos preços, não se consolidarem. Posições futuras são vendidas, enquanto analistas e investidores buscam sinais sobre a real dimensão da fraqueza da economia da China e dos problemas pelo lado da oferta.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre para agosto recuou 0,17%, a US$ 4,3700 a libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), o cobre para três meses subia 0,33%, a US$ 9.567,00 a tonelada, por volta das 14h10 (de Brasília).

Em 20 de maio, os preços em Londres atingiram um recorde de cerca de US$ 11.100 por tonelada, um aumento de 29% em relação ao início do ano. O papel principal da commodity no que poderia ter sido o maior negócio de mineração da história, quando a líder do setor BHP cortejou sua concorrente Anglo American, apenas aumentou a sensação de que este era o momento do cobre. Mas ele passou: a BHP nunca fez uma oferta firme e o preço spot da LME caiu mais de 14% em relação ao seu pico.

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Uma das razões é que a subida dos preços foi impulsionada mais pelos especuladores do que pelos usuários de cobre, à medida que os traders e consultores de negociação de mercadorias, ou CTAs – muitos dos quais utilizam algoritmos para acompanhar as tendências do mercado – apostaram num déficit de oferta. Os investidores realizaram lucros à medida que as esperanças de escassez diminuíram um pouco. Para Max Layton, chefe global de pesquisa de commodities do Citi, permanece uma preocupação em torno CTAs. Se continuarem vendendo, o preço do cobre poderá cair para US$ 9 mil por tonelada até o final do ano, estima.

Embora o mercado tenha registrado um excedente nos primeiros quatro meses do ano, os analistas dizem que isso irá mudar em breve. O Citi espera que a procura de cobre exceda a oferta este ano e prevê um déficit de cerca de 600 mil toneladas nos próximos três anos. O Goldman Sachs prevê um déficit próximo de meio milhão de toneladas métricas apenas em 2024. A demanda chinesa é outro fator de oscilação. O país consome mais de metade do cobre mundial e enfrenta uma crise imobiliária cada vez mais profunda. Com a produção industrial também oscilando, os estoques de cobre chineses estão no nível mais alto desde 2020.

Entre outros metais negociados na LME, o alumínio avançava 0,46%, a US$ 2.508,50; o chumbo recuava 1,06%, a US$ 2.188,50; o níquel cedia 0,58%, a US$ 17.135,00; o estanho perdia 0,26%, a US$ 32.065,00 e o zinco subia 2,69%, a US$ 2.939,00 – todos medidos como proporção da tonelada.

Com informações Dow Jones Newswires.