O presidente do Bundesbank (banco central alemão), Jens Weidmann, um crítico implacável da política monetária ultra-acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE), vai deixar o cargo mais de cinco anos antes do previsto, abrindo a porta para o novo governo da Alemanha escolher um sucessor menos conflituoso.
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Weidmann disse que deixaria o posto por motivos pessoais em 31 de dezembro, poucos dias depois de o BCE tomar uma decisão crucial sobre o fim do estímulo da era pandêmica que reanimou o crescimento, mas também empurrou a inflação para a taxa mais alta em mais de uma década.
Entre os membros mais conservadores do Conselho de Governança do BCE, Weidmann muitas vezes se viu em oposição a outros formuladores de política monetária, até desafiando a ferramenta do BCE projetada para colocar em prática a promessa feita em 2012 pelo então presidente do BCE, Mario Draghi, de fazer “o que for preciso” para salvar o euro.
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Mesmo ao anunciar sua saída, Weidmann — terceiro presidente sucessivo do Bundesbank a renunciar mais cedo — alertou sobre os riscos de inflação. “Será crucial não olhar unilateralmente para os riscos deflacionários, mas também não perder de vista os potenciais perigos inflacionários”, disse ele em mensagem à equipe.
Weidmann, ex-assessor econômico da chanceler Angela Merkel, terá seu sucessor escolhido pelo novo governo alemão, provavelmente uma coalizão de esquerda liderada pelo atual ministro das Finanças, Olaf Scholz.
A mudança de governo também pode significar uma política fiscal mais frouxa nos próximos anos, sugerindo que o conservador Weidmann também pode se encontrar em oposição mais frequente ao seu próprio governo.