A quinta-feira traz a esperança de que a conversa entre Ucrânia e Rússia, esperada para ontem, possa ocorrer hoje. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, informou há pouco que o país está pronto para continuar as negociações para encerrar o conflito com a Ucrânia, mas que manterá as operações militares mesmo em meio às conversas.
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Os mercados também olham o relatório de política monetária que será apresentado ao Senado americano pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, após seu discurso mais dovish ou suave ontem sinalizando altas menores de juros.
No Brasil, a agenda traz o IPC-S e a balança comercial de fevereiro. A cautela predomina nos mercados internacionais diante dos temores com a guerra na Ucrânia, com petróleo em alta firme, maioria das bolsas no vermelho e dólar mais forte ante algumas rivais e moedas emergentes.
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O rublo russo derrete ante o dólar e, há pouco, a alta da moeda americana era de mais de 14%. Já o euro reduziu perdas frente ao dólar após a publicação dos PMIs de serviços e composto da Alemanha, que subiram menos do que inicialmente estimado em fevereiro.
A escalada do petróleo eleva a preocupação dos bancos centrais com a inflação. Na Turquia, a inflação saltou 54,44% em fevereiro, o maior nível em 20 anos.
Na zona do euro, a inflação ao produtor (PPI) acelerou para 30,6% em janeiro, ficando muito acima da previsão de +26,9%. Mas ontem Powell acalmou os mercados ao dizer que vai propor elevação de juros de 25 pontos-base em março, contrariando o receio de investidores de um aperto mais duro.
Os mercados domésticos devem ser afetados pela postura mais defensiva dos mercados internacionais por causa das incertezas com a guerra na Ucrânia, que coloca o dólar mais forte ante moedas pares do real, como peso mexicano e lira turca, enquanto o sinal negativo dos futuros de Nova York pode pesar no Ibovespa, ainda que o petróleo em alta possa ajudar as ações da Petrobras e outras petrolíferas.
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As atenções também estarão no leilão de LTN e NTN-F do Tesouro e no IPC-S de fevereiro, que deve desacelerar para 0,32%, segundo a mediana do Projeções Broadcast/Estadão, após alta de 0,49% em janeiro, mas não deve alterar a percepção de inflação resistente, de acordo com analistas.
Os sinais contraditórios do Brasil sobre a guerra na Ucrânia preocupam os diplomatas brasileiros, apesar de ontem o Brasil ter dito “sim”, junto a outros 140 países, à resolução da ONU condenando os ataques russos à Ucrânia. Cobrada a se posicionar sobre o pedido para investigar a presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do assessor Tércio Arnaud na comitiva presidencial à Rússia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse ontem que quer ouvir o Planalto antes de se manifestar.
AGENDA
BALANÇA, IPC-S E RELATÓRIO DE POWELL NO FOCO – Hoje serão divulgados a balança comercial de fevereiro (15h00) e do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de fechamento do mês (8h00). O Tesouro faz leilão de LTN e NTN-F (11h00). Lá fora, o foco é no relatório de política monetária que será apresentado ao Senado americano pelo presidente do Fed, Jerome Powell (12h00). Ainda nos EUA, os destaques são os pedidos de auxílio desemprego (10h30), o PMI de serviços pelo ISM (11h45), as encomendas à indústria (12h00), além de discursos dos dirigentes do Fed Thomas Barkin, de Richmond (14h00) e John Williams, de NY (20h00)