A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) chegou a um acordo em princípio para elevar a produção mais cedo que o esperado, gerando mais oferta em um mercado que enfrenta problemas nessa frente. A notícia, porém, não reduzia os preços da commodity hoje.
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Isso ocorre pois provavelmente o impulso na produção não é suficiente para compensar uma queda na produção da Rússia, diante de sanções internacionais contra suas exportações de petróleo. Além disso, a Opep tem produzido menos do que o permitido nos atuais limites que o cartel tem estabelecido em meses recentes, deixando investidores céticos de que ela pode de fato compensar a diferença.
A Opep+ se reuniu nesta quinta-feira e decidiu elevar a produção em 648 mil barris por dia (bpd) em julho e agosto, adiantando parte das altas esperadas para iniciar em setembro. Esperava-se até então que o grupo elevaria a produção em 432 mil bpd a cada mês até setembro, mas em vez disso foi adiantada a alta projetada para setembro para os totais de julho e agosto.
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A Casa Branca ajudou a fechar o acordo, em reuniões com a Arábia Saudita. O governo americano publicou comunicado, elogiando o papel saudita “para se conseguir este consenso”. Tem sido uma negociação delicada para o presidente dos EUA, Joe Biden, um crítico do histórico de direitos humanos saudita e que prometeu um tom mais duro do país que o ex-presidente Donald Trump.
Isso pode entrar em conflito com o desejo de Biden de manter baixos os preços de gasolina. A Arábia Saudita e a Rússia são os maiores produtores da Opep+, que controla atualmente mais da metade da produção global de petróleo. Os EUA têm criticado as altas lentas na produção da Opep há vários meses, esperando que o cartel produza mais para conter os preços. Até agora, os americanos não têm tido sucesso em convencer a Arábia Saudita, enquanto a invasão russa na Ucrânia complicou o quadro.
Após uma breve disputa por mercado no início de 2020, a Arábia Saudita se alinhou com a Rússia para controlar a produção do óleo e os dois países têm mantido vínculo próximo, conforme reportou o Wall Street Journal. A Arábia Saudita pode estar disposta a elevar a produção caso a oferta da Rússia recue mais, segundo o Journal. Na ausência de um crescimento maior, os preços de petróleo devem seguir elevados. O grande fator agora é se o crescimento econômico mais fraco deve reduzir a demanda o suficiente para restaurar o equilíbrio do mercado.
*Com informações do Dow Jones Newswires.
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