Os índices acionários de Nova York recuaram desde as primeiras horas da sessão desta sexta-feira, refletindo os receios dos investidores em torno dos dados do payroll do mês de maio, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho na maior economia do mundo. O documento mostrou a geração de 390 mil novos postos de trabalho no mês, mais do que o esperado, junto a um avanço no salário médio dos trabalhadores e a manutenção da taxa de desemprego em 3,6%.
A princípio, esses números aumentam os receios sobre uma eventual aceleração na alta dos juros do Federal Reserve (Fed) em suas próximas reuniões – mesmo que a autoridade monetária tenha dito considerar adequado o ritmo de 0,50 pp para os encontros de junho e julho – o que se refletiu em mercados em queda generalizada hoje. Destaque para o recuo do Nasdaq que, além do impacto dos juros mais altos sobre as ações de tecnologia, reverberou a queda das ações da Tesla após as declarações sobre os rumos da economia mundial e a possibilidade de demissões em massa feitas pelo CEO Elon Musk.
No Brasil, além do impacto internacional, indicadores da indústria nacional relativos ao mês de abril e rumores sobre a adoção de estado de calamidade, com o intuito de prover subsídios aos combustíveis, penalizaram o desempenho dos ativos de risco ao longo de toda a sessão – interrompendo uma série de três pregões consecutivos de alta para o Ibovespa.
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No fim, o principal índice da B3 teve queda de 1,15%, encerrando aos 111.102 pontos e giro financeiro de R$ 20,9 bilhões – bem abaixo da média recente. A próxima semana reserva importantes dados de inflação, no Brasil e no mundo, mas começa de forma mais tímida na segunda-feira, com destaque apenas para a balança comercial doméstica no mês de maio.