A terça-feira teve início com um sentimento de cautela no exterior. Faltando poucos dias para a decisão do banco central europeu (BCE) e para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA, os investidores seguiram preocupados com o aumento da inflação global e uma possível desaceleração das economias mundo afora em decorrência das políticas monetárias mais contracionistas que vêm sendo adotadas pelos bancos centrais.
Além disso, ainda pela manhã, os investidores avaliaram dados da economia alemã mais fracos do que o esperado. Ao longo da tarde, as bolsas americanas ganharam força, apresentando recuperação e fecharam com altas próximas de 1%, após operarem voláteis pela manhã.
No mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo encerraram o dia em alta, com incertezas sobre a oferta. No Brasil, os investidores começaram o dia avaliando a proposta do governo de zerar ICMS sobre diesel com compensação a estados. Por um lado, esta notícia tira, ainda que de forma temporária, a pressão sobre a política de preços da Petrobras, o que impulsionou as ações no dia de hoje. Por outro lado, esta medida para conter a alta dos preços dos combustíveis aumentou as preocupações com risco fiscal em ano eleitoral.
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Assim, os ativos domésticos, principalmente dólar e juros futuros ficaram pressionados na sessão de hoje. Para o Ibovespa, o dia foi de volatilidade. O índice operou em queda pela manhã, mas se recuperou ao longo da tarde na esteira da recuperação dos índices acionários em NY. Os papéis ligados às commodities deram impulso ao índice que encerrou o dia próximo da estabilidade. Ao final do pregão, o Ibovespa era negociado aos 110.070 pontos com giro financeiro de R$ 21 bilhões. O dólar vs. real, por sua vez, avançou 1,64%, fechando cotado a R$ 4,87.
Dentre os setores, na ponta positiva, destaque para as ações da Vale e siderúrgicas que foram beneficiadas pela alta do preço do minério de ferro e pelo câmbio. Na ponta negativa, destaque para as empresas de crescimento ligadas à tecnologia que sentem mais forte o peso do risco fiscal. Os papeis de consumo e varejo também foram penalizados com a alta de juros futuros. Na agenda desta quarta-feira, destaque para a divulgação do IPCA do mês de maio.