Os membros do Banco Central Europeu realizam nesta quarta-feira uma rara reunião não programada para discutir uma explosão nos custos de empréstimos de alguns países da zona do euro, alimentando a especulação de que o banco poderia estar se preparando para agir para acalmar os mercados.
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Os rendimentos dos títulos emitidos pela Itália e outras nações endividadas subiram acentuadamente desde que o BCE indicou uma série de aumentos dos juros na última quinta-feira e encerrou um programa de compra de dívida em face da inflação crescente.
Enfrentando a ameaça de uma repetição da crise da dívida que quase derrubou a moeda única há uma década, o Conselho do BCE estava reunido para discutir como responder à recente turbulência dos mercados.
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Os investidores elevaram o spread entre os rendimentos dos títulos alemães e os das nações mais endividadas do sul para seu ponto mais alto desde o auge da pandemia há dois anos – um sinal de declínio da confiança nesses países.
“O Conselho do BCE terá uma reunião ad-hoc na quarta-feira para discutir as condições atuais do mercado”, disse um porta-voz do BCE.
As notícias da reunião do BCE fizeram o euro subir mais de 0,5%, para 1,0487 contra o dólar, e levaram os rendimentos italianos de 10 anos a caír 22 pontos base.
As opções abertas ao BCE para combater a chamada fragmentação – quando alguns países enfrentam custos de empréstimo marcadamente mais altos do que outros – incluem a canalização de reinvestimentos de títulos vincendos para mercados que sofrem estresse.
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Mas alguns analistas advertem que tal ação, por si só, dificilmente será suficiente, de modo que as autoridades do BCE também poderiam conceber um instrumento totalmente novo. Os trabalhos em um deles começaram neste ano, mas nenhum progresso foi feito desde abril, disseram fontes à Reuters antes da reunião.
A reunião acontece no mesmo dia em que o Federal Reserve deve aumentar os juros nos EUA, com os investidores aumentando dramaticamente suas apostas para um aumento de 0,75 ponto percentual, uma mudança nas expectativas que tem alimentado uma venda violenta nos mercados mundiais.