O Banco do Japão vai manter sua política monetária ultrafrouxa uma vez que a economia não tem sido muito afetada pela tendência inflacionária global, disse o presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, enfatizando que a experiência de 15 anos do país com deflação está mantendo o crescimento dos salários moderado.
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O núcleo da inflação no Japão atingiu 2,1% por dois meses seguidos em maio, mas o aumento se deveu quase inteiramente à alta dos preços da energia, disse Kuroda na gravação de vídeo de um seminário divulgado nesta quarta-feira.
Embora o núcleo da inflação ao consumidor possa permanecer em torno de 2% por cerca de um ano, deve desacelerar para 1% no próximo ano fiscal, que começa em abril de 2023, disse ele.
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“Ao contrário de outras economias, a economia japonesa não tem sido muito afetada pela tendência inflacionária global, portanto a política monetária continuará a ser expansionista”, disse ele, de acordo com a gravação divulgada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Na sequência dos 15 anos de deflação do Japão que durou até 2013, as empresas do país tornaram-se “muito cautelosas” no aumento de preços e salários, disse Kuroda no seminário realizado na Basileia no domingo.
“A economia se recuperou e as empresas registraram altos lucros. O mercado de trabalho se tornou bastante apertado. Mas os salários não aumentaram muito e os preços não aumentaram muito”, disse ele.
A alta dos preços globais das commodities e um iene fraco, que inflaciona o custo de importação de matéria-prima, empurraram o núcleo da inflação no Japão ara acima da meta de 2% do Banco do Japão.
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Mas Kuroda tem repetidamente enfatizado a necessidade de manter os juros ultrabaixos até que a inflação seja impulsionada mais pela forte demanda, tornando o Banco do Japão uma exceção entre uma onda global de bancos centrais que elevam os juros para combater a inflação crescente.