Por Marianna Gualter – O Bradesco calcula que a probabilidade de recessão em 2023 é crescente se houver manutenção do nível atual dos preços de mercado até o fim de 2022 e do próximo ano. “Durante o segundo semestre de 2022 essa probabilidade é muito pequena”, adverte a instituição, em relatório. “No entanto, ela começa a se alargar nos primeiros trimestres do ano que vem, indicando perda de momento na virada do primeiro para segundo trimestre.”
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A conclusão é baseada em um modelo de probabilidade com base em indicadores financeiros, que utiliza as recessões datadas pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE), com as seguintes variáveis: taxas de juros brasileiras de um e cinco anos, Ibovespa e preço de commodities de alimentos e metálicas.
O Bradesco ressalta que o modelo de probabilidade retrata apenas uma “fotografia” dos dados e que a trajetória real do Produto Interno Bruto (PIB) será determinada pela dinâmica dessas condições, assim como o desenrolar das políticas econômicas local e global e as expectativas envolvidas. Além disso, enfatiza que há casos de falsos positivos utilizando o modelo.
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Ainda de acordo com a instituição, porém, a desaceleração sugerida está contemplada por seu cenário, que prevê estagnação do crescimento em 2023, após avanço de 1,8% do PIB em 2022. “Em nossa projeção para o PIB de 2023 temos alguns trimestres com leve queda do crescimento”, diz o relatório.
Segundo o Bradesco, o aperto monetário, a reversão de medidas de estímulo fiscal, a desaceleração do crescimento mundial e, por consequência, o menor impulso do preço das commodities estão entre os vetores que explicam esse arrefecimento projetado.
O banco acrescenta que a expectativa é que essa dinâmica contribua para a redução da pressões inflacionárias à frente, caso não aconteça uma elevação significativa dos preços das commodities em reais.