Por Ilana Cardial – O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta sexta-feira, nos níveis de preço mais baixos desde março do ano passado. Pela quinta semana consecutiva, o metal precioso acumulou perdas. O preço do ouro é pressionado pela alta do dólar ante pares e expectativas quanto a um Federal Reserve (Fed) hawkish.
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Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto fechou em queda de 0,13%, a US$ 1.703,6 a onça-troy. Na semana, a perda acumulada foi de 2,22%.
O TD Securities acredita que um cenário de liquidação profunda do ouro está se desenhando, com preços desafiando níveis pré-pandemia, em meio a riscos crescentes de que a parte mais especulativa do metal comece a sentir a pressão de um regime mais hawkish pelo Fed. Ao mesmo tempo, nota o banco de investimentos, falas da ala hawk do banco central americano contra uma alta de 100 pontos-base na reunião deste mês trouxeram algum alívio para o mercado. “Mais discursos do Fed podem ser esperados antes que o período de silêncio comece nesta noite, mas o resultado forte das vendas de varejo pode acender os medos de altas adicionais”.
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O Commerzbank afirma que o dólar forte, que é o “oposto espelhado” de um euro fraco, também está depreciando o preço do ouro. Enquanto a crise do gás e um Banco Central Europeu (BCE) mais cauteloso que o Fed pesam sobre o euro, diz o banco alemão. “Se surgir da reunião do BCE que uma abordagem mais resoluta para combater a inflação será adotada, o ouro poderá lucrar indiretamente, embora taxas de juros mais altas por si sejam más notícias para o ouro como um investimento que não rende juros”, nota.
Ainda, os participantes do mercado parecem estar cada vez mais esperando uma recessão nos EUA, o que pode beneficiar o ouro, dada sua característica de porto seguro. “Essa é uma razão pela qual antecipamos preços do ouro mais altos nos próximos meses e trimestres”, diz o Commerzbank.