No exterior, o principal direcionador para os mercados nesta quinta-feira foi a decisão de política monetária do banco central europeu (BCE). A instituição anunciou o primeiro aumento de juros em 11
anos. A elevação foi de 50 pontos base, acima do previsto que era elevação de 25 pontos base. A autoridade monetária disse ter optado por uma elevação mais agressiva por conta dos riscos inflacionários.
Com a inflação em 8,6% na União Europeia, existe o risco de ela se enraizar acima da meta de 2% do BCE. Além disso, a recente queda do euro para uma mínima de duas décadas em relação ao dólar também aumentou as pressões inflacionarias. Por outro lado, há o risco de derrubada da economia, que já sofre com as consequências da guerra na Ucrânia. No comunicado pós decisão, o BCE indicou que novos aumentos ocorrerão nas próximas reuniões, com objetivo de acelerar o retorno da inflação à meta.
Entretanto, a presidente do BCE, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa, não quis se comprometer com a magnitude de alta na reunião de setembro, indicando que a decisão dependerá dos próximos indicadores econômicos. Além disso, a crise política na Itália também foi monitorada.
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Neste ambiente, no início da tarde, as bolsas na Europa fecharam mistas, majoritariamente em baixa. As bolsas em NY mostraram recuperação ao longo da tarde e fecharam em alta, com a Tesla liderando os ganhos ao disparar mais de 10%, após balanço trimestral. No Brasil, o dado de arrecadação federal foi divulgado e somou R$ 181 bilhões em junho, resultado melhor que o estimado pelo consenso dos analistas, de R$ 175 bilhões, chegando também ao maior valor em um mês de junho de toda a série histórica. Em termos de mercado, o Ibovespa sustentou alta ao longo da tarde, buscando emendar o quinto avanço consecutivo. Ao final do pregão, o índice era negociado aos 99.033 pontos, com alta de 0,76% e giro financeiro de R$ 23 bilhões.
A acentuação de ganhos em Vale contribuiu para o movimento, assim como a acomodação de perdas na Petrobras no final da sessão. Os juros futuros confirmaram no fechamento o sinal de alta que prevaleceu durante o dia, influenciado pela desvalorização do câmbio e, mais uma vez, incertezas do cenário fiscal e político. Nem a queda nos preços das commodities (hoje foi dia de recuo forte do petróleo) nem os dados positivos de arrecadação conseguiram se impor.
O dólar vs. real, por sua vez, fechou em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,50. Nesta sexta-feira, os investidores vão digerir os números de produção da Petrobras do 2T22 que serão reportados ainda hoje, após o fechamento do pregão.
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