(Gabriel Bueno da Costa, Estadão Conteúdo) – A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de São Francisco, Mary Daly, afirmou hoje que o trabalho do BC dos Estados Unidos para conter a inflação “não está nem perto de concluído”. Em entrevista virtual à CNBC, a dirigente afirmou que, em sua perspectiva, “nós elevaremos os juros e os manteremos lá por um tempo”. Além disso, argumentou que é “terrivelmente duro” para a economia, caso o Fed eleve e corte os juros rapidamente.
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Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Daly afirmou estar “intrigada” com o fato de que os mercados esperam um Fed mais relaxado em relação à inflação adiante, privilegiando apoiar a atividade. Ela reafirmou o compromisso do Fed de conter a inflação, destacando que seus números estão “muito elevados”. E disse que o BC precisa levar adiante seu compromisso já sinalizado de elevar as taxas de juros.
Daly afirmou que esperará para avaliar os próximos dados, como os de inflação e do mercado de trabalho, para determinar se será possível desacelerar o ritmo das altas de juros, ou se o nível recente do aperto será mantido. De qualquer modo, ela ressaltou o compromisso para atingir a estabilidade de preços, com a inflação retornando à meta de 2% do Fed. Ainda segundo ela, a queda recente nos preços de gasolina é bem-vinda, podendo inclusive ajudar americanos de mais baixa renda que dependem de seus veículos para chegar ao trabalho.
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A dirigente previu que a economia americana desacelerará, o que é esperado, diante do aperto monetário do Fed. Ela disse que a perda de fôlego atual no mercado imobiliário atual é bem-vinda, projetando que o mercado de trabalho também deve perder impulso. Segundo ela, o Fed tenta desacelerar a força do mercado de trabalho, mas não sem provocar grande alta na taxa de desemprego. Daly projetou uma “modesta alta” na taxa de desemprego, mas disse não ver um quadro de recessão no mercado de trabalho atual, ao analisar os indicadores.