(Silvana Rocha, Estadão Conteúdo) – A sexta-feira traz uma agenda mais enxuta e as perspectivas de política monetária seguem no foco dos mercados bem como as incertezas com o quadro fiscal e político interno. O dólar sobe no exterior, após quatro dias de baixas ante moedas principais, e pode afetar os ajustes iniciais.
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Os investidores aguardam a divulgação pela Universidade de Michigan do sentimento do consumidor preliminar de agosto e as expectativas de inflação para a economia americana em 12 meses (11h00). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fica no radar na abertura local em evento “O Futuro da Regulamentação dos Criptoativos no Brasil” (9h30).
O dólar se recupera e sobe no exterior ante pares principais (DXY) à medida que persistem incertezas sobre a trajetória dos juros nos EUA, apesar de seus recentes dados de inflação terem vindo abaixo do esperado, reforçando apostas em moderação no ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em setembro. Vários dirigentes do Fed tem reforçado um discurso duro de combate à inflação.
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A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, reafirmou ontem que espera que a taxa básica de juros chegue em 3,4% até o final do ano. A CME apontava ontem à tarde maior probabilidade (46,3%) de juros na faixa de 3,50% a 3,75%, seguido (30,7%) pelo de que estejam entre 3,25% e 3,50%. Para combater pressões inflacionárias nos EUA, o Fed já elevou juros quatro vezes este ano, incluindo duas altas de 75 pontos-base, o triplo de seu ritmo normal de ajuste. Os juros dos Fed funds estão na faixa de 2,25% a 2,5% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 2018.
Há pouco, o índice DXY acentuou alta e os índices futuros das bolsas de Nova York e os mercados acionários da Europa perderam força após notícia de que grandes empresas chinesas pediram a retirada voluntária de seus ADRs da New York Stock Exchange (Nyse). A queda firme do petróleo nesta manhã também pesa, após dias de ganho da commodity nesta semana que reduziram parte das fortes perdas da semana passada, à medida que diminuíram temores sobre uma possível recessão que afete a demanda pela commodity.
Euro e libra operam em baixa ante o dólar, com uma realização de ganhos na semana. No entanto, as perdas são relativamente limitadas por dados de atividade melhores que o esperado divulgados na região. A produção industrial da zona do euro subiu 0,7% em junho ante maio, bem acima da expectativa de analistas (+0,1%), e a do Reino Unido caiu 0,9% em junho ante maio, menos que a retração de 1,7% esperada pelo mercado.
Ontem, o dólar no mercado local já subiu mais de 1% frente o real, na contramão da queda externa, refletindo desconforto com questões fiscais e políticas interna, que devem continuar sendo monitoradas. O dólar no segmento à vista fechou em alta de 1,44%, a R$ 5,1582. O dólar futuro fechou a quinta-feira em alta de 1,25%, aos R$ 5,1890.
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