(Ilana Cardial, Estadão Conteúdo) — Os rendimentos dos Treasuries avançaram nesta quinta-feira, após os recuos de ontem. O movimento se deu na esteira de um número menor que o previsto nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e de falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), incluindo o presidente Jerome Powell, que reforçaram as apostas por uma alta de 75 pontos-base (pb) nos juros no próximo dia 21.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,522%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,313% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,461%. Para os três títulos, os retornos renovaram máximas próximos ao fim do pregão local.
Antecedendo o período de silêncio do Fed, que tem início neste fim de semana, Powell reiterou que o banco central norte-americano deve “agir com firmeza” e reforçou o compromisso de levar a inflação à meta de 2% e mantê-la em tal patamar no longo prazo. As afirmações foram feitas durante a 40ª Conferência Anual Monetária do Cato Institute. Ele disse ainda que a demanda no mercado de trabalho está “muito, muito forte” e lembrou que as expectativas de inflação são importantes e devem ser monitoradas.
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Para além de Powell, a alta de 75 pb pelo Banco Central Europeu (BCE) também influenciou na queda de preços dos Treasuries hoje, avalia o BMO Capital Markets. Com o debate de elevação de juros em 50 ou 75 pb pelo Banco da Inglaterra (BoE) no radar, um ponto claro é que o ciclo de altas não deve terminar em breve, afirma o banco canadense. “A ênfase de Powell nos erros da era Volcker de não manter a política monetária acomodatícia por um período de tempo suficiente é uma intenção extremamente bem comunicada de não repetir o mesmo erro”, nota a instituição.
Nas apostas monitoradas pelo CME Group, a probabilidade de um aumento de 75 pb pelo Fed subiu de 77% ontem para 86% hoje, enquanto para 50 pb caiu de 23% para 14%.
Presidente do Fed de Chicago, Charles Evans disse a repórteres ter “a mente aberta” em relação à alta de juros este mês. Sem poder de voto este ano, o dirigente defende que os juros cheguem à faixa de 3,5% a 4% no atual ciclo.
Os retornos dos títulos bateram máximas após os pedidos de auxílio-desemprego terem caído em 6 mil na semana, a 222 mil, enquanto a previsão era de 232 mil pedidos.
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