O Banco Central (BC) considerou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que os dados de inflação de curto prazo ainda devem sentir os impactos de baixa das medidas de desonerações tributárias. Por outro lado, avaliou que a inflação subjacente, mais associada ao ciclo econômico e afetada pela política monetária, deve continuar pressionada, acima do nível compatível com o cumprimento da meta.
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O BC explicou que o repasse ao consumidor do corte de impostos sobre serviços de telecomunicação, item cujo ICMS agora está limitado a 17% ou 18%, ainda deve ser sentido no IPCA nos próximos meses. Da mesma forma, o índice também deve ser beneficiado pela retirada das tarifas de transmissão e distribuição e dos encargos setoriais da base de cálculo do ICMS que incide sobre as tarifas de energia elétrica ao consumidor nos Estados que ainda não implementaram essa medida.
“Optou-se por distribuir os efeitos dessas medidas nos meses até novembro, tendo em vista a incerteza em relação aos prazos para repasse efetivo aos consumidores“, explicou o BC.
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Segundo o órgão, a deflação de 0,21% esperada para o IPCA de setembro é explicada principalmente por alimentos e combustíveis, cujas quedas recentemente observadas nos preços ao produtor devem ser repassadas ao consumidor.
“Espera-se que o recente recuo nos preços das commodities também contribua para atenuar a inflação nos meses seguintes, em menor intensidade. Ainda assim, a inflação subjacente deve permanecer pressionada, em patamar incompatível com o cumprimento da meta de inflação”, observou o BC.