A política monetária adotada pelo Banco Central deve surtir efeito sobre a atividade econômica no terceiro ou quarto trimestre deste ano, avaliou nesta tarde de terça-feira (29) o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen. O executivo participou da Brazil Opportunities Conference, organizada pelo JPMorgan em São Paulo (SP).
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“Temos ressaltado que a maior parte do impacto da política monetária se manifesta em quatro a cinco trimestres. Saímos da taxa neutra em agosto ou setembro de 2021 e devemos ver impacto da política monetária no terceiro trimestre ou quarto trimestre de 2022. A desaceleração da atividade devido à política monetária está em linha com defasagem”, afirmou Guillen.
Sobre desvios de projeção do IPCA, o diretor do BC avaliou que a maior parte dos “erros” vem de “erros de premissas”. Segundo Guillen, os estudos feitos pelo banco não mostram que a inércia inflacionária cresceu.
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Guillen informou que a diretoria do BC vem discutindo “muito” o aperto das condições financeiras no Brasil, mas destacou que o aperto mais recente se deu principalmente em virtude do cenário externo. Lembrou que houve redução das expectativas de inflação para 2022, considerando queda dos preços administrados, mas que há expectativa no mercado de uma reação da inflação em 2023 sustentada pelo fim das desonerações.
O executivo ponderou, entretanto, que o BC passou a considerar um horizonte de seis trimestres à frente para retirar o efeito de desonerações. “Em 2024, a expectativa de inflação está acima da meta, houve um aumento da média nas últimas semanas.”
No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 28, o mercado elevou sua expectativa para o IPCA em 2023 pela segunda semana seguida, de 5,01% para 5,02%. A projeção para 2022 avançou de 5,88% para 5,91%, contra 5,61% há um mês. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%.