- De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), pilotos e comissários de voo entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira (19)
- Na Bolsa, os papéis das aéreas, Azul e Gol, que já estavam no vermelho, aceleraram as perdas
- “O cenário já não era animador (para as aéreas), agora com uma notícia dessa, recomendamos evitar compras pela falta de gatilhos de curto prazo para a valorização dos papéis”, diz Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores
De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), pilotos e comissários de voo entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira (19). A paralisação deve durar somente duas horas, das 6h às 8h, e tem o objetivo de reivindicar recomposição de perdas inflacionárias e melhoria das condições de trabalho. De acordo com o Estadão, as decolagens com órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas prosseguirão normalmente.
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A decisão foi tomada após deliberação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada nesta quinta-feira (15). Na Bolsa, os papéis das aéreas, Azul e Gol, que já estavam no vermelho, aceleraram as perdas. Até 17h36, a AZUL4 e GOLL4 cediam 3,14% e 5,77%, aos R$ 9,86 e R$ 6,53, respectivamente.
De acordo com Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores, a greve tem potencial para pressionar mais ainda os ativos.
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“Um dos riscos, claro, é o cancelamento ou adiamento de voos em função da greve, que pode gerar um risco de margem para as empresas. A greve costuma, sim, ser algo rápido, mas é um ponto de atenção para um setor que já está em um contexto desafiador. Pode piorar o que já não está bom”, afirma Petrokas.
O período, próximo às férias, também intensifica o impacto da paralisação. “Caso haja suspensão ou redução da receita em uma época como essa, seria bastante complicado”, diz Petrokas.
Tendo em vista que o setor aéreo é bastante sensível à renda disponível e aos juros – que seguem altos -, Petrokas recomenda aos investidores ficarem longe dos ativos.
“O cenário já não era animador. Com uma notícia dessa, recomendamos evitar compras pela falta de gatilhos de curto prazo para a valorização dos papéis”, diz o diretor de research da Quantzed.
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Essa também é a visão de Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital. “A greve dos pilotos e comissários deve afetar os papéis, porque a paralisação pode gerar cancelamentos de voos, que geram despesas para as companhias, como custos de remarcação. Além disso, o número de voos deve ser menor. Então, entendemos que as aéreas terão resultados menores nesse período de greve”, diz Cardozo.
Contudo, Cardozo ainda não indica a venda dos papéis. “Essas questões podem ser meros ruídos, essa greve pode ser rapidamente resolvida. E quem está fora do papel, indico ficar atento, para entrar comprando caso as ações caiam ainda mais. Os papéis, hoje, estão nos mesmos patamares do início da pandemia”, diz.