- Capital Economics espera que o afrouxamento monetário comece em meados deste ano e leve a taxa Selic, atualmente em 13,75%, a 11,0% até o fim de 2023
- Segundo espcialista, os riscos no cenário são "claramente" de que a autoridade monetária decida postergar o início do ciclo de cortes
O IPCA mais alto do que o esperado em dezembro reforça a avaliação de que o Banco Central deverá aguardar sinais mais claros de desinflação para iniciar o ciclo de cortes da taxa Selic, avalia a Capital Economics. A consultoria espera que o afrouxamento monetário comece em meados deste ano e leve a taxa Selic, atualmente em 13,75%, a 11,0% até o fim de 2023.
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O IBGE apurou inflação de 0,62% em dezembro, 0,17 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (0,45%). Com o resultado, o IPCA fechou 2022 com alta de 5,79%, acima do teto da meta (5,0%). No dado, a Capital destaca a inflação de Alimentação e bebidas, que atingiu 11,64% em 12 meses – em dois dígitos em 24 das últimas 28 leituras.
“Contra este pano de fundo, os formuladores da política monetária no Banco Central provavelmente vão querer ver novas evidências de que a inflação está se aproximando da meta (3,25% este ano)”, escreve o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria, William Jackson, em relatório. “Mais importante, as preocupações com a inflação estão dando lugar a preocupações com a política fiscal.”
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Para o analista, o mais provável é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), só apresente seus planos de longo prazo para a estabilização da dívida pública a partir do segundo trimestre, o que deve deixar o BC em compasso de espera. Segundo Jackson, os riscos no cenário são “claramente” de que a autoridade monetária decida postergar o início do ciclo de cortes.