- Quem vai curtir o carnaval de 2023 vai precisar tomar cuidado com furtos e alguns golpes para evitar grandes prejuízos financeiros
- Pensando nisso, o E-Investidor ouviu especialistas para reunir algumas dicas de como se proteger o celular, os cartões e os aplicativos de banco de golpes ou furtos
Bruno Orlandin, de 24 anos, estava com um grupo de amigos na Vila Madalena, em São Paulo, quando decidiu comprar uma lata de cerveja com um vendedor ambulante. O que era para ser uma compra de menos de R$ 10 acabou se tornando uma dor de cabeça de quase R$ 3 mil depois que o desenvolvedor de softwares teve, sem perceber, seu cartão trocado pelo comerciante na hora de finalizar a compra.
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Orlandin conta que depois que digitou a senha o ambulante disse que a maquininha estava falhando. É nessa hora que o jovem acredita que a troca de cartões aconteceu. O item era do mesmo banco, mas com o nome de outra pessoa estampado. Na hora, o jovem não viu nada de errado, pegou a cerveja que havia acabado de comprar e foi embora.
Minutos depois, começou a receber no celular notificações do banco anunciando várias compras que totalizavam quase R$ 3 mil, o valor total do seu limite. Só mais tarde é que percebeu que o cartão que levava consigo não era mais o seu e relacionou ao ocorrido.
A troca é um golpe que já está na praça há alguns anos, mas volta a ganhar notoriedade perto de grandes eventos como o carnaval. Os cinco dias de folia exigem alguns cuidados para quem for curtir os blocos, especialmente quando o assunto envolve dinheiro e pagamentos digitais. Um cuidado extra para além daqueles que os foliões já adotam para evitar furtos.
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“Hoje existem diversas táticas usadas por criminosos para ludibriar as vítimas e obter vantagens financeiras a partir de golpes que muitas vezes são simples de serem combatidos”, explica Dárcio Pereira Dias, gerente de Prevenção à Fraudes do Sicoob.
A dor de cabeça nesses casos é grande: ter que bloquear o cartão do banco, passar os outros dias da folia sem o método de pagamento, além do risco de ter algum prejuízo.
O E-Investidor ouviu especialistas para reunir algumas dicas de como se proteger o celular, os cartões e os aplicativos de banco de golpes ou furtos, evitando que a festa carnavalesca se transforme em um problema financeiro. Confira:
Em caso de roubo de celular
Segundo dados da Polícia Militar de São Paulo, os roubos e furtos de celulares representaram 60% das ocorrências registradas nos oito dias de carnaval na última celebração de rua na capital paulista, em 2020. Por isso, todo cuidado é pouco.
Aldo Albuquerque, diretor executivo na empresa de cibersegurança Tempest, indica algumas dicas para proteger o seu smartphone durante a festividade:
- Habilitar o uso da Biometria, quando o aparelho permitir, e colocar uma senha complexa para desbloqueio;
- Exigir o uso e alterar a senha do SIM card (PIN) no aparelho;
- Configurar o aparelho para não exibir notificações ou permitir que o modo avião seja ativado com a tela bloqueada;
- Se a opção estiver disponível, acionar o uso da biometria para abrir aplicativos bancários, e-mails ou aplicativos de mensagens;
- Evitar guardar no celular quaisquer informações sensíveis, como senhas ou dados pessoais anotadas, além de fotos dos cartões de crédito;
- Configurar nos aplicativos financeiros/bancos limites diários menores para transferências via PIX, TED ou DOC, além de desabilitar a função de empréstimos.
Caso tenha o celular furtado, o folião deve entrar em contato com a operadora de telefonia para bloquear o chip e o número, além de contatar as instituições financeiras em que tem conta logada no aparelho para bloquear os cartões e, se possível, alterar as senhas.
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Na hora de fazer um boletim de ocorrência na política, é importante informar o IMEI do aparelho, um código de identificação de cada smartphone que permite solicitar à operadora que o dispositivo seja totalmente bloqueado.
Você pode descobrir o código discando *#06# ou acessando as configurações do celular – na dúvida, tenha o IMEI anotado e salvo em algum lugar seguro antes de sair de casa.
Os golpes para ficar de olho
O roubo do aparelho de celular não é o único perigo ao qual o folião vai estar exposto neste carnaval. Desde troca de cartão em um momento de distração do cliente, como aconteceu com Bruno Orlandin, a clonagem dos cartões ou compra duplicada – são muitas possibilidades para se atentar.
Para não cair em nenhum desses golpes, é fundamental ficar de olho nas informações presentes na tela da maquininha durante todo o processo de transação de compra.
“Analisar os descritivos e conversar com o vendedor no ato da compra pode facilitar na identificação da fraude. Atitudes suspeitas do vendedor, ou informações incoerentes no display do aparelho são fortes pontos de alerta para uma fraude”, explica Rogério Albuquerque, head de produtos e marketing na empresas de meios de pagamento Card.
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Optar por realizar os pagamentos com dinheiro em espécie pode facilitar, mas, para quem não quer abrir mão do cartão, cole um pequeno adesivo que ajude a identificar o seu próprio cartão.
Desabilitar o pagamento por aproximação também é uma maneira de limitar as perdas financeiras caso o cartão seja extraviado; assim como fazer os pagamentos no crédito, método que permite a contestação de eventuais cobranças indevidas.