Os retornos dos Treasuries caíram, após terem subido aos níveis mais altos de 2023, em meio à cautela com a possibilidade de recessão da economia americana. Com a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) será mais agressivo e manterá juros altos por mais tempo do que o esperado no pano de fundo, investidores também se concentraram em comentários de dirigentes da entidade.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,616%, o da T-note de 10 anos caía a 3,817%, e do T-bond de 30 anos tinha queda a 3,871%.
Para o Mizuho, “membros mais socialmente conscientes” do Fed veem a recuperação dos títulos do Tesouro de longo prazo desde outubro como evidência de que as ações do BC americano até o momento mantiveram as expectativas de inflação ancoradas e, em sua opinião, aumentaram a probabilidade de se conseguir alcançar um pouso leve. “Um pouso suave pode ser a meta do Fed, mas há muitas considerações que precisam ser feitas para que a economia evite uma recessão. Assim, ainda vemos uma pausa como um prelúdio para novos aumentos de juros e uma curva ainda mais invertida”, pondera o banco japonês.
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Para derrubar a inflação de volta à meta de 2% nos Estados Unidos, o Fed teria que “esmagar” a economia americana, alertou o principal conselheiro econômico da Allianz, Mohamed El-Erian. A Oxford Economics comenta ainda que uma recessão leve deve começar nos Estados Unidos no segundo trimestre, “embora a força contínua do mercado de trabalho e do consumo sugira um risco de que a recessão seja adiada para o final do ano”.
Presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, destacou hoje que apoia o aumento de um quarto de ponto porcentual na taxa de juros do banco central neste mês nos Estados Unidos. Afirmou ainda defender medidas semelhantes daqui para frente enquanto as autoridades trabalham para conter a inflação. Já a diretora da instituição Michelle Bowman disse que o banco central dos EUA deve continuar aumentando as taxas de juros para reduzir a inflação, que continua “alta demais”.
Sobre o movimento do semana, a Oxford Economics comenta que os rendimentos do Tesouro continuaram subindo, e a curva se achatou ainda mais. “Inflação mais rígida do que o previsto, dados de empregos e gastos do consumidor mais fortes do que o esperado e um tom cada vez mais agressivo da maioria dos principais banqueiros centrais globais se combinaram para elevar os rendimentos, com pouco alívio de curto prazo à vista”, conclui.