Membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Joachim Nagel argumentou hoje que o trabalho da instituição na política monetária “não está concluído” e disse que “serão necessárias mais altas nos juros”. Durante discurso no Peterson Institute for International Economics (PIIE), ele notou que a inflação desacelerou nos últimos meses na zona do euro, mas acrescentou que “a batalha não acabou” e que a inflação segue bem acima da meta de 2,0% da instituição.
Nagel considera que os riscos à estabilidade de preços “estão atualmente voltados para cima”. Para ele, a menos que a perspectiva inflacionária “melhore muito”, será preciso elevar mais os juros. O dirigente considerou também que o aperto monetário “não necessariamente levará a uma recessão” e que será possível evitar um “pouso forçado” na economia.
Em seu discurso, o também presidente do BC da Alemanha (Bundesbank) tratou das turbulências recentes diante da quebra de alguns bancos, nos Estados Unidos e na Europa. Segundo ele, problemas “de alguns bancos específicos” não devem ser interpretados como um “sintoma de crise sistêmica” no setor. O dirigente afirmou que o sistema financeiro como um todo tem conseguido “navegar as turbulências do mercado”.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Nagel disse, de qualquer modo, que estará atento até a próxima reunião do BCE se as turbulências recentes apertaram em demasia as condições de crédito. Além disso, defendeu a implementação das regras de Basileia III logo e “sem qualquer concessão”, para reduzir riscos e reforçar a estabilidade no setor financeiro.