O ouro fechou em alta, em meio a um clima de aversão ao risco em Nova York, na esteira de resultados mistos em balanços corporativos dos Estados Unidos e da Europa. O metal precioso ganhou fôlego durante a tarde, superando a pressão do dólar forte no exterior.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 0,23, a US$ 2.004,50 por onça-troy.
A fuga dos ativos de risco em Wall Street levou investidores ao mercado de ouro, permitindo que o metal retomasse o nível de US$ 2.000, como havia projetado Edward Moya, analista da Oanda. Moya observou que os investidores estão preocupados com o enfraquecimento de consumidores e preocupados com o cenário econômico dos Estados Unidos e da Europa, à medida que digerem resultados corporativos mistos. Em especial, o analista destaca o retorno das turbulências bancárias como foco.
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Ontem, o First Republic Bank revelou um tombo de mais de 40% no número de depósitos durante as turbulências bancárias, mesmo com o pacote de socorro de US$ 30 bilhões depositados por grandes bancos em março. A informação pesou sobre as negociações de ativos do banco, que despenca 42,69% neste pregão por volta do horário citado acima, e intensificou pressão sobre o setor bancário nas bolsas de Nova York.
No radar, o Commerzbank destaca em relatório que a demanda de ouro na China cresceu 12% em relação ao ano anterior, para 291,6 toneladas no primeiro trimestre, segundo levantamento da China Gold Association (CGA). O valor não inclui as compras do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), que aumentou suas participações em ouro pelo quinto mês consecutivo em março. De acordo com o Commerzbank, a produção doméstica chinesa não seria suficiente para atender a demanda, sugerindo possível aumento nas importações.
Contudo, o Julius Baer alerta que o cenário econômico global pode não justificar o ouro negociado a US$ 2.000 a onça-troy, diante do arrefecimento nas compras por BCs, redução dos temores de uma crise financeira e moderação nas expectativas por cortes nos juros do Federal Reserve (Fed) ainda neste ano. “Em suma, continuamos cautelosos, pois acreditamos que os preços de US$ 2.000 por onça-troy ou acima só se justificam no caso de uma recessão americana ampla e duradoura, acompanhada de um retorno da busca por segurança”, conclui o banco.