O Banco Inter encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 24,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 28,8 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Em um trimestre, o resultado do banco caiu 16%, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira.
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No comparativo anual, o banco observou um aumento da carteira de crédito focado em produtos de menor risco, como a antecipação do saque aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o empréstimo com garantia de imóvel. Por outro lado, reduziu o quadro de funcionários e buscou controlar o crescimento das despesas.
A receita líquida do Inter foi de R$ 1,024 bilhão, alta de 22,9% em um ano, e de 2,2% em um trimestre. O banco afirma que tem reprecificado de forma contínua as carteiras de longa duração, além de ter aumentado a base de depósitos.
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O Inter destaca o crescimento anual de 0,7 ponto porcentual na margem financeira líquida, que chegou a 8,7% no primeiro trimestre deste ano. As receitas de serviços, por sua vez, aumentaram 8% em um ano, para R$ 313 milhões, puxadas pelo intercâmbio de cartões de crédito e débito, que subiu 38%, para R$ 175 milhões.
Nas despesas, foram R$ 596 milhões no trimestre, alta de 7% em um ano, e queda de 13% em um trimestre. Entre dezembro e março, o Inter reduziu em 300 postos o quadro de funcionários, e afirma que está renegociando os contratos com os maiores fornecedores para ganhar maior eficiência.
Crédito
A carteira de crédito do Inter chegou a R$ 25,1 bilhões no trimestre, alta de 36% em um ano e de 5% em um trimestre. A maior fatia das operações (29%) é associada a cartões de crédito, seguido pelo crédito imobiliário, com 26% do total, e pelo consignado, com 20%.
No trimestre, o banco originou R$ 6,8 bilhões em operações, alta de 50% em um ano, mas uma queda de 5,5% em um trimestre. A maior redução trimestral, segundo o banco, foi no segmento de pequenas e médias empresas.
A inadimplência acima de 90 dias cresceu 1,2 ponto porcentual em um ano, para 4,7%, índice que é 0,3 p.p. superior ao do quarto trimestre de 2022. Segundo o Inter, a deterioração da qualidade dos ativos tem sido concentrada nas safras mais antigas da carteira de cartão de crédito. Nas demais, há estabilidade.
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O custo de risco, que mede, entre outros, o provisionamento do banco, foi de 6% no trimestre, ante 4,9% no mesmo período do ano passado. O índice de cobertura subiu 5 pontos porcentuais, para 131%.
Patrimônio e capital
Ao final de março, o Inter tinha R$ 47,701 bilhões em ativos, crescimento de 24% em um ano. O patrimônio líquido era de R$ 7,140 bilhões, queda de 15% na mesma base de comparação. Com o lucro registrado no trimestre, o banco teve retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 1,4%, revertendo retorno negativo de igual magnitude registrado no mesmo período do ano passado.
O índice de Basileia ficou em 23% no trimestre, queda de 12,7 pontos porcentuais em um ano, mas ainda acima dos 11,5% exigidos pelo Banco Central. Segundo o Inter, o foco na eficiência fez com que o primeiro trimestre deste ano fosse o de menor uso de capital desde 2020.