- A decisão de investir na garantia estendida envolve considerar prós e contras
- Bens mais simples e baratos normalmente não exigem garantia estendida, uma vez que a garantia do fabricante já oferece cobertura adequada.
- Produtos de alto valor, como eletrônicos, são mais propensos a se beneficiar
Quem procura um presente de Dia dos Pais além de chocolates, smartphone e outros produtos eletrônicos estão entre os preferidos para demonstrar o afeto no próximo domingo (13). Por conta do preço de tais itens, acima da maioria dos produtos que chegarão às mãos dos pais na data comemorativa, o comércio cria oportunidades para fazer uma segunda venda junto com a do presente: a garantia estendida. Mas será que ela vale a pena para o consumidor?
Leia também
A resposta pode não ser tão simples quanto parece. Existem prós e contras a serem considerados antes de decidir pelo investimento na extensão da garantia. Entre os principais pontos, é preciso observar aspectos do produto, além das regras previstas no contrato.
Característica do produto
O primeiro e o mais importante critério fica com a característica do produto. Uma TV de top de linha, por exemplo, pode surpreender com um novo e elevado custo caso necessite de manutenção. Já para uma mesa de madeira, item de grande durabilidade, o gasto a mais com a garantia estendida pode não se justificar.
Marlon Glaciano, especialista em finanças e planejador financeiro, explica que a garantia estendida custa de 8% a 15% do valor do produto. Para aqueles com maior risco de quebra ou defeito, como celulares, esse porcentual pode chegar a até 30%. “Os mais recomendados para se ter a extensão são os eletrônicos e eletroeletrônicos. Nesta categoria temos produtos com preços mais elevados e em muitas situações, o custo de manutenção e reparo pode ultrapassar 50% do valor de um produto novo”, explica Glaciano.
Publicidade
Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Bens mais simples e com baixo valor normalmente não necessitam de uma garantia estendida, tendo em vista que a garantia do fabricante oferece 12 meses de cobertura.
Rotina de uso
Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu Me Banco, explica que a avaliação depende não só do tipo do bem, mas também do consumidor que está fazendo a compra. “Vai depender, por exemplo, do tempo que ele pretende usar o produto”, diz o economista. Ou seja, vale considerar o tempo que seu pai pretende utilizar o presente e também quantas vezes por dia ou semana ele o usará.
Além disso, é importante avaliar se os outros produtos que seu pai já tem estão em bom estado, entendendo como ele geralmente cuida de produtos da mesma categoria que você deseja presentear. Assim, fica mais simples definir se a proposta de garantia estendida funciona em cada caso específico.
Regras contratuais
Por fim, outro ponto fundamental consiste na análise cautelosa de todos os itens do contrato, para verificar termos e exceções e entender se, de fato, a garantia estendida compensa o investimento. “É muito importante ler as cláusulas de exclusão de garantia, evitando comprar gato por lebre. Lembre-se que no momento do problema, o desejado é ter a questão resolvida e sem custos adicionais”, destaca Glaciano.
Sobre as regras contratuais, Louzada orienta: “Se não houver a possibilidade de troca de produto, essa garantia pode não valer a pena. E pode ser mais viável fazer um seguro com outra empresa que ofereça outros tipos de cobertura mais úteis para o consumidor”, diz.