O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira (29), estendendo ganhos de ontem, após pregão marcado por volatilidade nas negociações. Investidores ponderaram sobre alta mais forte do que o esperado na atividade econômica dos Estados Unidos durante o primeiro trimestre e outros dados mistos americanos, pesando os relatórios contra a possibilidade de maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 0,43% (US$ 0,30), em US$ 69,86 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro subiu 0,36% (US$ 0,27), a US$ 74,51 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos mais líquidos do petróleo começaram a sessão devolvendo parte dos ganhos fortes registrados ontem, porém, inverteram sinal reagindo a dados macroeconômicos dos Estados Unidos, sugerindo resiliência da economia americana. As negociações foram marcadas por alta volatilidade, enquanto o mercado ponderava também sobre perspectivas de política monetária e lidavam com o dólar forte no exterior, que tende a minar a atratividade de commodities.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Hoje, as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre subiram de 1,3% para 2,0%, segundo leitura final do Departamento do Comércio dos EUA. A revisão robusta surpreendeu o mercado, acompanhada também de dados demonstrando resiliência da inflação, queda nos pedidos de auxílio-desemprego – sugerindo mercado de trabalho ainda apertado, segundo a Oxford Economics – e recuo acentuado nas vendas pendentes de imóveis, conforme levantamento da Associação Nacional de Corretores (NAR).
O conjunto geral dos dados, horas após falas do presidente do Fed, Jerome Powell, ampliou as expectativas por mais altas nos juros básicos americanos.
Para a Oanda, os preços do petróleo devem continuar “flutuando” nesta faixa enquanto perdurar a incerteza sobre a inflação e as taxas de juros. “Investidores de energia estão observando as expectativas de aumento da taxa do Fed”, destaca o analista Edward Moya, em nota. “O BC americano pode se juntar aos pares europeus na entrega de diversas elevações das taxas que prejudicarão o crescimento econômico”.
Contudo, a recuperação da demanda chinesa permanece o fator crucial para a commodity. “A recuperação da demanda da China, o maior importador do mundo, ainda é a chave para abrir uma recuperação” nos preços do petróleo, avalia o chefe de commodities da Saxo, Ole Hansen
Publicidade