Petrobras (PETR4) pode anunciar dividendo bilionário ainda neste ano. (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)
A Federação Única dos Petroleiros (Fup) informou que a Petrobras (PETR3; PETR4) comunicou aos seus funcionários que suspendeu os serviços de suporte e apoio técnico à SIX (unidade de industrialização do xisto) após a dona da refinaria, a Forbes Resources Brazil Holding, descumprir obrigações contratuais.
“A Petrobras reforça que, mesmo neste período de suspensão dos serviços administrativos e de apoio direto à operação, continuará adotando todas as medidas sob sua responsabilidade para garantir a máxima segurança das pessoas e das instalações na qual atua em São Mateus do Sul”, disse a estatal em documento ao qual o Broadcast teve acesso.
Posteriormente, a Petrobras confirmou a parada do Suporte Temporário Administrativo e de Apoio Técnico à Operação da Refinaria (TSA) e informou em nota que “a prestação de serviços pela Petrobras seguirá suspensa até que se chegue a uma solução de comum acordo, com base nas tratativas que seguirão entre as partes”.
De acordo com o coordenador-geral da Fup, Deyvid Bacelar, “é mais um escândalo que ocorre na SIX, onde a Petrobras estava prestando serviços para a Forbes em um TSA que não estava sendo pago, o que demonstra a incapacidade financeira e operacional desse grupo que comprou a refinaria do Paraná na bacia das almas”, disse Bacelar em nota.
Segundo ele, o calote dado pela empresa canadense é estimado em cerca de R$ 140 milhões, o que levou a Petrobras a suspender as atividades do contrato, cujo valor não foi confirmado pela estatal.
A SIX, situada em São Mateus do Sul (PR), foi privatizada em novembro de 2022, ao apagar das luzes do governo Bolsonaro, comprada pelo grupo canadense Forbes & Manhattan (F&M). Pelo contrato, a Petrobras seguiria administrando a unidade até que a nova empresa constituída (Paraná Xisto) pudesse operar sozinha. Enquanto isso, a Petrobras seria remunerada pelo trabalho, o que não ocorreu.
De acordo com o advogado Angelo Remédio, da Advocacia Garcez, “esse cenário de quebra de contrato do grupo canadense é mais uma base para agir juridicamente e reverter essa privatização”, afirmou em nota da Fup.