O desenvolvimento dos Fundos de Investimento do Agronegócio (Fiagros) é uma forma de o agro brasileiro desenvolver sua governança. A distância que as gestoras têm do campo é muito longa, isso acarreta em uma assimetria de informação. Para diminuir os riscos, é necessário que os produtores em que investem tenham parâmetros bem estabelecidos, passíveis de serem monitorados.
Felipe Greco, gestor do fiagro imobiliário Kinea Credito Agro (KNCA11) na Kinea Asset, diz que a mitigação dessa assimetria é feita com investimentos em empresas que têm gestão profissionalizada, transparência e informações auditadas. “Quando conseguimos originar e estruturar uma operação, nós buscamos embutir mecanismos de monitoramento para justamente mitigar estes riscos”, afirmou durante painel em evento da Suno Research nesta quinta-feira, 21.
Os fiagros são mais transparentes em relação aos juros cobrados dos produtores. A expectativa, portanto, é que ele tome cada vez mais o espaço das operações de permuta (barter), segundo Otaciano Neto, líder de agronegócio da Suno. Este tipo de negócio é muito comum no Brasil e representa um mercado equivalente a cerca de R$ 300 bilhões, diz o especialista. “Só existe operação de barter onde não tem mercado de capitais desenvolvido no agro, Argentina, Brasil e Ucrânia”, diz.
André Barbosa, sócio da Kijani Investimentos, aponta que as práticas de governança levam ao profissionalismo dos produtores e, com isso, a evolução é o maior acesso ao mercado de capitais.