O BTG Pactual (BPAC11) reitera sua preferência para exposição a minério de ferro, em detrimento do aço, e estima que o terceiro trimestre de 2023 é o primeiro – de muitos que devem vir – a retratar esse cenário mais favorável. Assim, a casa diz esperar que a Vale e a CSN Mineração divulguem resultados sólidos no terceiro trimestre devido à combinação de preços mais elevados da commodity e volumes sazonalmente mais fortes. Já Usiminas, CBA, Gerdau e Dexco devem ter um desempenho underperform (abaixo da média do mercado).
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O banco ainda frisa que Vale(VALE3) é top pick (preferência) para exposição ao minério de ferro. “Acreditamos que a empresa está no caminho certo para cumprir suas projeções de produção e custos para 2023, e o terceiro trimestre deve mostrar uma tendência de melhoria nessas duas frentes, o que deve ajudar a melhorar o sentimento em relação à história bottom-up da empresa”, afirmam os analistas do BTG.
Na avaliação da casa, as siderúrgicas devem apresentar contração no lucro, com CSN sendo exceção devido a resultados mais fortes da CSN Mineração. “Durante o trimestre, observamos a queda dos preços do aço na maioria das regiões, à medida que a China continua a inundar o mundo com exportações de aço ainda elevadas. Acreditamos que este cenário não deverá mudar significativamente até 2024 e continuamos a favorecer as mineradoras de minério de ferro em detrimento das siderúrgicas”, destrincham os analistas.
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O BTG ainda considera “altamente improvável” que a China realize restrições agressivas à produção de aço no segundo semestre de 2023, uma vez que as autoridades de política monetária estão cada vez mais preocupadas em proteger a economia. Assim, o cenário é de prejuízo aos preços globais do aço, ao passo em que o minério de ferro deve se manter em níveis “muito saudáveis”.
Além disso, a exposição ao Brasil deve ser mais desafiadora neste trimestre, já que os preços domésticos do aço foram corrigidos de 5 a 15% (longos e planos) ao longo do terceiro trimestre. “O destaque negativo continua a ser a Usiminas, que deve reportar um Ebitda ligeiramente negativo devido a outro impacto no trimestre inteiro da reforma do Alto Forno 3 em Ipatinga”, diz o banco.
Quanto à celulose, o efeito defasado sobre os preços realizados deve significar outro trimestre de deterioração do impulso dos lucros para Suzano e Klabin, que provavelmente será revertido no quarto trimestre de 2023 com a recuperação dos preços. O BTG, assim, reitera recomendação de compra para o setor, “com base em perspectivas favoráveis de médio prazo e um valuation atrativo, com projetos de crescimento ainda não totalmente precificados”.
Segundo os analistas, “o efeito defasado em alguns contratos e a exposição a diferentes geografias (especialmente a Europa) significarão que os preços realizados continuarão com tendência de queda, impactando significativamente os resultados da Suzano”. Já Klabin verá um impacto mais amortecido devido à sua exposição mais diversificada em papel (desempenho suave) e impactos reduzidos de paradas de manutenção neste terceiro trimestre. Por fim, a Dexco verá outro trimestre desafiador, já que “a recuperação na divisão de acabamentos permanece aquém das expectativas, com visibilidade limitada nas vendas de madeira de terceiros”, afirmam.
A casa ainda diz que o alumínio será, “mais uma vez, a maior decepção do trimestre”, já que a indústria continua com dificuldades em encontrar um equilíbrio de mercado sobre o excesso de oferta. “O Ebitda da CBA deverá cair ainda mais devido a spreads metálicos mais comprimidos, o que se traduzirá em maior consumo de caixa e verá a alavancagem aumentar para perto de 9 vezes a dívida líquida por Ebitda”, finaliza o BTG.
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