Após participar do Gerdau Day, o BTG Pactual (BPAC11) avalia que “o tom é claramente mais realista do que as comunicações anteriores”, apontando para aumento das exportações chinesas de aço, tendências de demanda leve no Brasil e riscos de efeitos de juros mais elevados nos EUA.
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“A empresa reforçou todos os seus recentes marcos na desalavancagem e retornos de caixa, e sinalizou mais uma vez o compromisso com estrita disciplina de capital (capex deve permanecer contido em R$ 5 bilhões/ano, em nossa opinião)”, diz o banco, citando que a empresa vê um forte argumento para tarifas de importação mais altas no Brasil (não refletido nos modelos do BTG).
A casa argumenta que faltam catalisadores para uma reclassificação da ação em meio a um momento de impulso dos ganhos suaves. “Ao todo, a Gerdau (GOAU4) continua sendo um dos nomes mais baratos sob nossa cobertura, e sua diversificação nos EUA está claramente dando frutos, mas há aumento das pressões salariais a curto prazo”, pondera.
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Assim, o BTG diz que apesar do impulso desafiador do curto prazo para a indústria siderúrgica, segue vendo a Gerdau bem posicionada para enfrentar a “tempestade”. A exposição da companhia a sólidos fundamentos na indústria siderúrgica norte-americana devem fornecer alguma resiliência para o fluxo de ganhos da empresa, na opinião da casa. Ainda assim, reduziram as estimativas para 2024/25 em 5-10% e o preço-alvo para R$ 33/ação. “Em nossos números revisados, a Gerdau negocia em 3,5 vezes o EV/EBITDA de 2023, um dos nomes mais baratos sob nossa cobertura”, afirma, mantendo a recomendação de compra para o papel.
Adicionalmente, o relatório cita que a Gerdau divulgou, durante o evento, uma perspectiva mista para o consumo de aço no Brasil, dados os ventos favoráveis de habitação social e infraestrutura, mas um cenário mais desafiador para o setor industrial, com exceção do petróleo e gás, além do consumo ainda aquecido de agronegócio e melhora das condições no segmento varejista.
O banco destaca ainda que a gestão da Gerdau demandou maiores tarifas de importação no Brasil devido às inundações de aço chinês subsidiado nos mercados internacionais levando a preços e margens pressionados. “A empresa está confiante na necessidade de um cenário competitivo mais justo”, pontua o banco.
A unidade brasileira deve receber R$ 6 bilhões em investimentos nos próximos 3 anos, na nova plataforma de mineração (5,5 milhões de toneladas ano do minério de ferro de primeira qualidade), assim como a capacidade de rolamento incremental dos planos (+250 mil toneladas), e perfis estruturais (+500 mil toneladas ao ano). A empresa também está investindo mais de R$ 2 bilhões em seus alto fornos e fornos de coque em Ouro Branco para prolongar a vida útil desses ativos até 2029-2034.
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Por fim, o relatório menciona que o consumo de aço norte-americano deve permanecer forte. “A Gerdau está investindo na melhora da competitividade de sua planta Midlothian, que empresa espera atingir 2 milhões de toneladas ao ano de capacidade, com ganhos significativos de eficiência. Apesar um ambiente econômico mais lento no curto prazo, é esperado que o consumo de aço permaneça apoiado por programas de estímulo do governo dos EUA”.