O Santander (SANB11) revisou as suas estimativas para a Construtora Tenda (TEND3) para incorporar impactos positivos nas operações da empresa associados às recentes mudanças no programa do governo Minha Casa Minha Vida (MCMV) e à oferta de ações (follow on) realizada no começo do mês, quando captou R$ 234 milhões.
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Os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni avaliam que, como famílias que ganham até R$ 2,6 mil por mês representam aproximadamente 55% da base de clientes da Tenda, ela deverá se beneficiar ao máximo das alterações no programa. Entre as mudanças, o banco destaca o aumento do subsídio máximo de R$ 55 mil, a redução das taxas de hipotecas para famílias que ganham até R$ 2 mil/mês, a implementação do futuro FGTS e a aceleração do número de unidades financiadas pelo Preço 420 meses.
Em agosto de 2023, perto de 60% dos clientes da Tenda transferidos para a Caixa Econômica Federal (CEF) foram aprovados com prazos de financiamento de 420 meses, ante 10% anteriormente. Frente a essas perspectivas mais favoráveis, o Santander fixou o preço-alvo para as ações da companhia em R$ 16, o que representa um potencial de valorização de 29,1% sobre o fechamento de ontem.
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Mas manteve a recomendação neutra em razão da preferência relativa pela Direcional (DIRR3), que negocia em níveis de valuation mais atraentes, de 6,3 vezes e 4,4 vezes a relação preço lucro para 2024 e 2025, respectivamente, ante 12,9 vezes e 6,3 vezes da Tenda. Além disso, a concorrente tem menor risco de execução percebido. “A Tenda teria que reportar resultados consistentes nos próximos meses para termos uma visão mais otimista”, escrevem os analistas.
O modelo atualizado do Santander incorpora os resultados dos dois primeiros trimestres do ano e eleva as estimativas de lançamentos para o período de 2023 a 2025 em cerca de 32% para refletir as cláusulas de fim das limitações de lançamento estabelecidas pelos debenturistas.
O banco também aumentou a projeção de margem bruta ajustada de 2024 e 2025 em 125 bps e 71 bps, respectivamente, prevendo maior diluição de despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) e redução da alavancagem financeira, em virtude o follow on. Assim, o lucro líquido projetado para 2024 e 2025 é de R$ 152,1 milhões e R$ 314,8 milhões, respectivamente. A estimativa de custo médio ponderado de capital (WACC) também foi reduzida em 460 pontos base, para 16%.