O Citi divulgou relatório analisando a estratégia e desempenho da Casas Bahia (BHIA3), após reunião com a administração da empresa, em que foram discutidas as alocações de capital e estratégias após a oferta subsequente de R$ 623 milhões.
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Na visão do banco, a gerência da companhia apresentou uma abordagem consistente e cautelosa, reforçando suas prioridades de curto e médio prazo, que incluem a preservação do balanço patrimonial, controle das contingências trabalhistas e redução de despesas gerais e administrativas (SG&A). O objetivo é expandir a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sem depender fortemente de um aumento significativo nas receitas. Além disso, a empresa está levantando um fundo baseado em recebíveis (FIDC) para garantir alternativas de financiamento para seu plano de parcelamento crediário, voltado ao crédito ao consumidor.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo dizem que a empresa DEVE operar sob uma disciplina de capital rigorosa dadas as atuais condições de demanda lenta por eletrônicos de consumo – e que essa é a estratégia mais apropriada nessas circunstâncias. No entanto, alertam que “o processo de recuperação da Casas Bahia deve ser gradual e visibilidade limitada sobre a recuperação do setor e aumento nos lucros”.
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Assim, o Citi mantêm a recomendação neutra para a companhia e um preço-alvo de R$ 0,70 por ação, reduzindo significativamente a estimativa anterior de R$ 2,30, mas ainda esperando 14,8% de valorização sobre o preço atual do papel.
No que diz respeito às operações online e físicas, a Casas Bahia planeja fortalecer sua posição nas categorias principais, como smartphones, TVs e eletrodomésticos, enquanto reduz investimentos no marketplace. Segundo o relatório, categorias não rentáveis serão operadas através de um marketplace complementar, com investimentos limitados em tecnologia. A empresa também planeja fechar cerca de 40 lojas em 2023 e fortalecer seu relacionamento com fornecedores de categorias essenciais, o que o banco acredita ser crucial para seus planos de lucratividade a longo prazo.
Dessa forma, o Citi ajustou suas estimativas, reduzindo as previsões de receita líquida consolidada em 5,5%/7,2%/8,6% para 2023/2024/2025, refletindo a perspectiva mais conservadora para eletrônicos de consumo e o foco da empresa nas finanças em detrimento do crescimento. As estimativas da margem Ebitda também foram reduzidas para 2023/2024/2025 em 300/29/15 pontos-base para refletir a natural desalavancagem operacional. Adicionalmente, os analistas preveem economias anuais de G&A de R$ 370 milhões até 2024, mas esperam prejuízo líquido em 2024, com lucros apenas em 2025.