A Genial Investimentos mantém a recomendação de compra para a ação ordinária da Sabesp (SBSP3) e avalia que ao papel ainda têm “algum potencial de valorização mesmo sem considerar a materialização da privatização em si”, de acordo com relatório do analista Vitor Sousa.
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O papel ultrapassou o preço-alvo calculado pela corretora e ainda está sendo negociado abaixo do valor patrimonial, segundo o relatório da Genial. As ações da empresa paulista de saneamento fecharam a quarta-feira (6) negociadas a R$ 68,99. O preço-alvo da Genial para o papel é de R$ 79.
O analista da Genial, em entrevista ao Broadcast, afirmou estar otimista de que o governo vai conseguir fazer a venda das ações da Sabesp ainda em 2024, mas provavelmente no segundo semestre. “Não acho que seja um calendário apertado. Está em linha com outros processos parecidos, como a Eletrobras (ELET3; ELET6), Copel (CPLE6) e a Corsan”. Nos três casos citados por Sousa, o prazo entre a autorização da privatização pelo legislativo e a conclusão do processo foi de cerca de um ano.
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Em relatório da Genial alerta para um risco jurídico que pode afetar o processo de privatização da Sabesp: a votação no STF sobre voting rights da Eletrobras. O governo de São Paulo pretende ter um sistema semelhante ao da Eletrobras, em que o governo tem um direito de voto limitado a 10%, ainda que detenha uma fatia maior de participação societária.
A não adesão de municípios às unidades regionais de abastecimento de água e esgoto (Urae) também é um dos riscos mapeados pela Genial. Após a aprovação do projeto de lei que autoriza a privatização, o governo estadual precisa renegociar os contratos existentes da Sabesp com os municípios, as Uraes permitem uma negociação em bloco.
Para 2024, o analista da Genial destaca que também é importante acompanhar a regulação de tarifas por parte da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e a formatação da oferta em si. “Caso concluído, achamos que a privatização da empresa tem potencial transformador em termos de ganho de governança e ganhos de eficiência”, explica Sousa no relatório.