Os juros futuros fecharam a sessão perto da estabilidade, com viés de alta nos principais contratos. As taxas oscilaram ao redor dos níveis de ontem, num ambiente de liquidez moderada, mantido o compasso de espera pelo dado do payroll americano amanhã. A agenda local de indicadores não trouxe destaques e, da parte fiscal, também não houve avanço na questão da subvenção da ICMS esperado para hoje.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 passou de 10,319% para 10,320%, e a do DI para janeiro de 2026 fechou estável em 9,97%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,08%, de 10,07%, e a do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,52%, de 10,50%.
O mercado de juros ressentiu da falta uma referência para ditar um rumo para as taxas, uma vez que no exterior a expectativa pelo relatório de emprego nos EUA amanhã igualmente travou os negócios. As taxas dos Treasuries tiveram oscilações contidas e também faltou definição por parte do petróleo. “O mercado operou sem convicção”, resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
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Ainda que os indicadores do emprego nos EUA na semana sugiram um payroll de novembro na mesma linha, Rostagno lembra que as taxas americanas já fecharam muito no último mês, com o yield do papel de 10 anos, por exemplo, saindo de 5% em outubro para a faixa atual de 4,11%. “Fica limitado o espaço para mais quedas”, afirma.
A pesquisa do Projeções Broadcast aponta novamente para uma criação de vagas no mês passado abaixo de 200 mil, dada a mediana de geração de 198 mil postos. A previsão para a taxa de desemprego é de 3,9%. Os ativos precificam um alívio total de 125 pontos-base no juro americano em 2024, com o ciclo começando em março.
Na percepção dos economistas, ainda que o payroll corrobore os dados anteriores, há exagero na precificação de cortes e a tendência é de que o Federal Reserve, seja no comunicado e seja entrevista de Jerome Powell, na próxima semana corrija a rota dos ativos.
Na leitura de Rostagno, esse apetite ao risco trazido pelas apostas para o juro dos EUA está neutralizando na ponta longa da curva o efeito do desconforto gerado pela estagnação da pauta fiscal no Congresso. “Se houve um ajuste lá fora, essas preocupações voltarão a pesar”, disse.
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A poucas semanas do início do recesso parlamentar, ainda estão pendentes o projeto de taxação das apostas esportivas e a Medida Provisória (MP) que trata da subvenção do ICMS, considerada o principal pilar de arrecadação para o cumprimento do arcabouço fiscal. A votação do primeiro no plenário do Senado foi adiada para a semana que vem. A apresentação do relatório da MP, esperada para hoje, deve ser apresentado na terça-feira (12) na comissão mista e votado na quarta-feira (13).
Ao menos, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Danilo Forte (União Brasil-CE), apresentou hoje seu parecer final. Como esperado, o texto não incluiu a emenda que determinava que o aumento real (acima da inflação) de 0,6% das despesas fosse mantido mesmo que isso significasse não cumprir a meta fiscal, proposta pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A previsão de Forte é de que o parecer final seja votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso terça-feira.
Pelo lado da inflação, a Petrobras anunciou hoje queda de R$ 0,27 por litro de diesel A para as distribuidoras. A medida trouxe impacto pontual de queda nos juros futuros, uma vez que o efeito sobre a inflação ao consumidor é marginal – estimativas apontam apenas 1 ponto-base no IPCA de 2023 -, ao contrário do que ocorreria se a empresa reduzisse o preço da gasolina.