O anúncio da venda do controle da Usina Elétrica a Gás Araucária (UEGA) para a Âmbar Energia, do grupo J&F, feito pela Copel (CPLE6) na noite da última quinta-feira (14), ocorreu “mais cedo e melhor que o esperado”, o que pode permitir à companhia paranaense contabilizar ganhos nos resultados do quarto trimestre de 2023 e aumentar a sua distribuição de dividendos (uma parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima). A avaliação é da equipe de análise do Safra.
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Pelos cálculos dos analistas Daniel Carabolante Travitzky, Carolina Carneiro e Mario Wobeto, o negócio representa um acréscimo de R$ 0,17 por ação da Copel, tendo em vista que eles mantinham uma estimativa de valor patrimonial negativo para a UEGA de R$ 268 milhões, considerando a participação de 81,2% detida pela Copel. Eles consideram que como a usina é pouco acionada, as margens operacionais do ativo não são atrativas e, consequentemente, as estimativas de fluxo de caixa não são relevantes para a companhia.
Com 484 megawatts (MW) de potência instalada, a UEGA iniciou operação em 2002 e possui autorização de operação é válida até 2029. A usina não possui contrato de venda de energia, por isso sua geração depende de despacho determinado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que considera questões como demanda e hidrologia. Tendo em vista os atuais níveis dos reservatórios das hidrelétricas, o mercado não prevê despachos significativos para a usina no curto prazo.
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A Copel anunciou ontem ter aceitado a proposta vinculante feita pela Âmbar no valor total (enterprise value) de R$ 395 milhões, sendo R$ 358 milhões de “equity value” (é o valor de uma empresa disponível para proprietários ou acionistas) e considerando uma dívida liquida de R$ 37 milhões. A conclusão da operação está sujeita ao implemento de condições precedentes, como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O fechamento é estimado para ocorrer antes de 31 de março de 2024.
Desde o fim do ano passado, a administração da Copel estudava vender sua participação na termelétrica, tendo em vista a curta duração do contratos de concessão e a meta de descarbonização da companhia.
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