O Magazine Luiza (MGLU3) continua perseguindo a melhoria do seu balanço patrimonial no quarto trimestre, mas ainda enfrenta desafios significativos no segmento de mercadorias próprias (1P, quando o varejista vende o produto para a plataforma de marketplace, que realiza a venda e a entrega), especialmente em novembro, avalia o Citi. Por outro lado, as vendas do marketplace (tipo de mercado online) continuam se destacando em termos de crescimento.
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Em relatório, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo avaliam que o segmento 1P ainda enfrenta dificuldades devido ao ambiente de demanda mais desafiador e comparações mais difíceis, especialmente em novembro. Eles ressaltam, no entanto, que a empresa mostrou uma melhoria sequencial no crescimento da receita em dezembro.
Em conversa com os profissionais, a varejista destacou ganhos de participação de mercado nos últimos três meses do ano, com base em dados da indústria fornecidos pela Neotrust. No entanto, não foram fornecidos detalhes adicionais sobre categorias de produtos. Em relação às margens, a empresa manteve uma visão semelhante à do terceiro trimestre de 2023, concentrando-se na melhoria do balanço patrimonial.
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“Confirmou-se que a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em torno de 6-7% em outubro, e essa tendência deve continuar ao longo do trimestre, com expectativa de permanecer na mesma faixa em novembro e dezembro”, afirmam.
Outro ponto importante a ser destacado no quarto trimestre de 2023 é a geração sazonal de caixa, apontam. Segundo eles, a empresa reforçou a dinâmica positiva de fluxo de caixa. “Por fim, foi mencionado que a Luizacred continua a apresentar melhorias em seus resultados, após um prejuízo líquido de R$ 15 milhões no terceiro trimestre de 2023”, observam.
Alpargatas
Sobre Alpargatas (ALPA4), os analistas destacam a melhoria sequencial nas vendas durante o quarto trimestre de 2023, com um desempenho positivo nas vendas diretas ao consumidor durante as festividades de final de ano. “Apesar da melhoria no sell-out (venda direta ao cliente final) ao longo do terceiro trimestre e na continuidade desse dinamismo positivo no quarto trimestre, a percepção é de que os volumes (sell in, a venda de um produto pela indústria ao intermedário) ainda deverão apresentar uma queda em relação ao ano anterior”, afirmam.
Para os analistas a empresa destacou que o canal direto ao consumidor, englobando lojas físicas e comércio eletrônico, teve um desempenho sólido durante a temporada de festas, com crescimento no volume em comparação com o ano anterior. No entanto, observam que esse canal representa aproximadamente 10% das vendas totais no Brasil.
“A boa notícia reside na expansão da margem, à medida que a margem bruta começa a refletir os menores custos de matérias-primas. Além disso, a margem Ebitda continua melhorando sequencialmente, com disciplina nos gastos operacionais e outras medidas de eficiência compensando a alavancagem operacional”, pontuam.
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Em resumo, afirmam, observa-se uma clara melhoria sequencial no Brasil, mas a empresa ainda está em um processo de recuperação. “As operações internacionais têm uma representatividade sazonalmente menor neste trimestre, mas entendemos que os volumes continuam a declinar, e a margem bruta ainda está abaixo em comparação com o ano anterior devido a um estoque mais caro”, concluem.