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Bilionário Mistry se prepara para lutar pelo valor das ações da Tata

Na maior disputa corporativa da Índia, está em jogo uma participação avaliada em US$ 20,3 bilhões

Bilionário Mistry se prepara para lutar pelo valor das ações da Tata
O bilionário Cyrus Mistry, da Tata Group (Foto: Stringer/Reuters)
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  • O valor de uma participação na Tata Sons está no centro da maior disputa corporativa da Índia
  • Em 2016, dias após o afastamento de Cyrus Mistry, os fundos da família Tata estavam avaliando o interesse de fundos soberanos e outros investidores de longo prazo, mas a família Mistry não estava interessada em vender na época, disseram pessoas familiarizadas com o assunto

(P R Sanjai, Anto Antony, Baiju Kalesh/WP Bloomberg) – Enquanto se encaminham para uma amarga divisão, o clã bilionário Mistry e o conglomerado Tata já estão se preparando para a próxima batalha: o valor de uma participação na Tata Sons, que está no centro da maior disputa corporativa da Índia.

O Grupo Shapoorji Pallonji, de propriedade da família Mistry, detém 18,4% da holding do império Tata de software para caminhões e quer vendê-lo e levantar fundos para seus próprios negócios sem caixa. Anteriormente, havia tentado penhorar as ações como garantia, mas foi bloqueado nesta semana, quando a Tata declarou à Suprema Corte que estava aberta para comprar as próprias ações se os Mistrys precisassem de dinheiro.

Mas o foco da disputa de anos pode agora mudar para o que cada parte pensa ser a estimativa justa da participação. Embora os processos judiciais apontem para mais de 1,5 trilhão de rúpias (US$ 20,3 bilhões), o valor final do negócio dependerá de qual lado pode conduzir uma negociação difícil.

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O endividado SP Group, com vencimentos de dívida próximos, pode preferir um acordo rápido. Mesmo com valores desanimadores, não será fácil para o Grupo Tata ou qualquer outro investidor desembolsar essa quantia em um momento em que muitas economias, incluindo a da Índia, foram devastadas pela pandemia do novo coronavírus.

“A divergência estará nos detalhes, pois não está claro se eles concordarão rapidamente com uma avaliação”, disse Shriram Subramanian, fundador da empresa de consultoria de proxy InGovern Research Services Unip. em Bangalore. “Além disso, o grupo Tata não tem pressa, enquanto o SP Group está em dificuldades por financiamento.”

Para os investidores externos, o charme inicial de comprar a holding do conglomerado de US$ 113 bilhões rapidamente se desvanece quando eles veem que a Tata Sons está fechada. A falta de uma saída fácil pode tornar isso menos atraente para investidores de private equity ou fundos soberanos que ficam de olho nos retornos.

Qualquer acionista da Tata Sons, de acordo com os estatutos sociais revistos, pode ser obrigado a oferecer seu patrimônio aos Tatas antes de procurar outros investidores, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto e documentos judiciais.

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Nem a Tata Sons e o SP Group quiseram se pronunciar a respeito da possível venda de participação.
A possível discordância em relação ao valor das ações é o último capítulo de uma disputa de quatro anos que começou com um golpe de direção em 2016 na Tata Sons. Isso levou à demissão abrupta de Cyrus Mistry como presidente do Tata Group e deu início à maior batalha corporativa da Índia. Cyrus, 52 anos, é filho do bilionário Pallonji Mistry, 91 anos, que controla o SP Group, de 155 anos.

Depois de suceder Ratan Tata em 2012 como presidente da Tata Sons, Cyrus Mistry procurou reduzir a dívida do conglomerado de maneiras que ameaçavam desfazer o legado do patriarca da Tata – que liderou as compras da Jaguar Land Rover e da siderúrgica britânica Corus Group – resultando em seu afastamento.

Tata Trusts – um coletivo de instituições de caridade liderado pelo presidente emérito da Tata Sons, Ratan Tata – possui 66% da Tata Sons, mas não tem permissão legal para comprar mais ações por conta própria.

Tata, de 82 anos, está traçando planos para buscar parceiros em potencial que possam comprar a participação da família Mistry na Tata Sons, disseram pessoas a par do assunto, pedindo para não serem identificadas porque as informações são privadas.

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Em 2016, dias após o afastamento de Cyrus Mistry, os fundos da família Tata estavam avaliando o interesse de fundos soberanos e outros investidores de longo prazo, mas a família Mistry não estava interessada em vender na época, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Apesar dos desafios, a possibilidade de venda da participação da Tata impulsionou as ações das empresas listadas do SP Group. Sterling & Wilson Solar Ltd. deu um salto de 20% em Mumbai desde que a família Mistry anunciou sua intenção de vender, enquanto a Forbes & Co. avançou quase 16%.

Expulsão chocante

Desde sua chocante expulsão, Cyrus entrou com ações legais contra sua demissão do conselho da Tata Sons e argumentou contra a transformação da Tata Sons em uma empresa privada limitada – um movimento que restringiu a capacidade da família Mistry de vender sua participação livremente.

Pallonji Mistry tem um patrimônio líquido de US$ 21,4 bilhões, a maior parte devido à sua participação no Grupo Tata, de acordo com o Índice Bloomberg Billionaires.

Em uma batalha legal quanto ao status da participação da Tata, a Suprema Corte da Índia em 22 de setembro proibiu os Mistrys de penhorar ou vender quaisquer ações da Tata até 28 de outubro, depois que a Tata disse ao tribunal que poderia comprar as ações da família Mistry se esta precisasse de fundos.

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Horas depois, o SP Group sinalizou sua intenção de vender, chamando a ação da Tata de “vingativa” e dizendo que “acredita que uma separação de interesses serviria melhor a todos os grupos de acionistas”.

O SP Group tinha 92,8 bilhões de rúpias em dívida externa em sua principal holding de controle, Shapoorji Pallonji and Company Pvt., no final de fevereiro, de acordo com a Care Ratings Ltd., enquanto a dívida de todo o grupo era estimada em mais de 300 bilhões de rúpias em março de 2019.

(Tradução de Romina Cácia)

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