O Citi avalia que o grupo Casas Bahia (BHIA3) continua sendo um caso de investimento desafiador mesmo após o recente aumento de capital de R$ 622 milhões, visto que as despesas financeiras líquidas de R$ 2 bilhões (excluindo leasing) ainda excedem o Ebitda pré-IFRS de R$ 1,3 bilhão para 2024.
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Assim, o banco reiterou recomendação neutra/alto risco e cortou o preço-alvo da ação de R$ 17,50 para R$ 10,00, o que representa um potencial de valorização de 14,9% sobre o fechamento da última sexta-feira (26). Segundo os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, o plano de reestruturação em andamento e liderado pelo CEO Renato Franklin será fundamental para melhorar a estrutura de capital do grupo, uma vez que a procura por produtos eletrônicos permanece fraca.
“Esperamos que o quarto trimestre de 2023 seja ainda desafiador para Casas Bahia, marcado mais uma vez por eventos pontuais relacionados a esforços promocionais para liquidação de estoques e fechamento de lojas”, escrevem Soares e Reboredo, em relatório enviado a clientes. Como resultado, o Citi espera que o Ebitda ajustado das Casas Bahia tenha caído 86% no comparativo anual, para R$ 88 milhões (margem Ebitda de 1,1%), com prejuízo líquido de R$ 616 milhões.
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Além disso, o Citi reduziu as estimativas de faturamento para 2024/2025 em 4,0%, principalmente por uma visão mais conservadora sobre 1P (mercadorias próprias, +3,6% versus +6% anteriormente); e menores rotações de B&M (lojas físicas) devido ao maior fechamento de lojas em 2023 (-52 versus -39 inicialmente).
O banco reduziu também as estimativas de margem Ebitda para 2024/2025 em 110 e 25 pontos-base, respectivamente, refletindo menor alavancagem operacional, que compensaram iniciativas para reduzir despesas gerais e administrativas. Foram considerados ainda maiores descontos em recebíveis de cartão de crédito.