O presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos André, avalia que ainda é muito cedo para o mercado ter uma visão concreta sobre as novas regras para ativos financeiros nos últimos meses. Ele destaca o momento de compreensão sobre os ajustes de lastro e carência para certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRIs e CRAs) e letras de crédito (LCs), anunciados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Leia também
“Ainda está um pouco cedo para se ter uma visão mais concreta em relação a isso. Nos últimos meses tivemos mais mudanças que combinadas à essa precisa de um tempo para entendermos”, afirmou André, durante almoço com jornalistas em São Paulo, nesta terça-feira (20). Ele cita as mudanças para fundos fechados e offshore e a nova regra de eleição de regime tributário da previdência como exemplos. “Todas as instituições estão acompanhando. Está um pouco cedo para dizer como vai ser a nova configuração.”
O executivo diz que, no caso dos ajustes do CMN para CRIs, CRAs e letras financeiras, a mudança não deve diminuir o apetite dos investidores por esses produtos. “Da ótica do investidor, não houve nenhuma medida que tenha mudado estruturalmente o apetite pelos instrumentos”, afirma.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O que pode haver, e isso ainda será observado, segundo André, é a menor oferta dos papéis por conta dos ajustes anunciados e um aumento de preços no mercado secundário, uma vez que a demanda continua. Mas o presidente da associação reforça que o mercado de crédito tem se mostrado maduro e lidado bem com a volatilidade recente, devendo permanecer “bastante aquecido”.
A vice-presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, Luciane Effting, afirmou ainda que a restrição na emissão de CRIs, CRAs e letras financeiras atrelada ao ciclo de queda de juros pode levar os investidores a buscarem diversificação em papéis emitidos por empresas e bancos. “Deve aumentar a demanda por papéis de crédito privado”, diz. Do lado das empresas, o custo de emissão dos papéis não deve aumentar, avaliam os executivos da Anbima.