A administração da Vibra (VBBR3) diz que projeta margens saudáveis no primeiro trimestre de 2024, mas o Santander (SANB11) destaca que pode haver queda no indicador em relação ao quarto trimestre de 2023 por conta do excesso de oferta no mercado no curto prazo, especialmente em gasóleo.
Leia também
“No futuro, a administração espera que a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente, numa base anual, atinja R$ 140/m3, também ajudada por diversas iniciativas para melhorar a eficiência”, afirmam os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, em relatório que destrincha pontos abordados na teleconferência de resultados da Vibra.
Na ocasião, a companhia também afirmou que espera aumentar gradualmente sua participação de mercado durante 2024, embora o foco permaneça na lucratividade, e que tem como meta uma fatia de mercado no nível que tinha no final de 2022 e início de 2023.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), a fatia de mercado da Vibra foi em média de 26% em novembro de 2022 a fevereiro de 2023, contra 22% em janeiro de 2024.
“A administração não está priorizando um canal de vendas específico, mas nossa impressão é que o foco poderia estar na conquista de volumes em clientes diretos B2B e postos de marca”, dizem os analistas.
Em relação à alocação de capital, a administração observa que é importante ter mais clareza sobre as margens de distribuições de combustíveis (estruturais e a volatilidade de curto prazo) para avaliar melhor as oportunidades de alocação de capital, especialmente investimentos inorgânicos. Com isso em mente, o Santander acredita que a Vibra pode eventualmente propor dividendos extraordinários e/ou recomprar ações.
Já sobre um potencial M&A com a Eneva, a administração da Vibra disse, em teleconferência, que o valuation proposto não é atraente.
Publicidade
Por fim, quanto a créditos fiscais, a Vibra espera contabilizar 100% dos créditos tributários relativos à lei complementar LC192 (cerca de R$ 2,6 bilhões) até 2025. “Enquanto isso, a administração aguarda decisão judicial (prevista para o primeiro semestre de 2024) para contabilizar até cerca de R$ 3,3 bilhões (com base nas demonstrações financeiras da Vibra) em créditos tributários relativos à lei complementar LC194”, afirmam os analistas.
O Santander reitera recomendação outperform (equivalente a compra) para Vibra, com preço-alvo de R$ 32, representando um potencial de valorização de 20,5% sobre o fechamento de ontem.