Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) tiveram viés negativo nesta quarta-feira (6), embora o da T-note de 2 anos tenha ganhado alguma força durante a tarde. Houve perda de fôlego após a divulgação de discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mas analistas em geral não viram grande diferença na comunicação do BC, ao reafirmar a postura cautelosa em relação ao cumprimento da meta de inflação de 2%, almejando mais segurança sobre esse ponto antes de reduzir juros. Além disso, indicadores foram monitorados, entre eles sinais do mercado de trabalho nos EUA.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,555%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,106% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,242%.
Powell participou de audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes, na apresentação de relatório semestral do Fed sobre política monetária para o Congresso. O discurso inicial dele foi divulgado no fim da manhã, com Powell dizendo que “provavelmente” os juros devem ser cortados neste ano, caso o quadro econômico se desenrole como esperado. O presidente do Fed cita incerteza sobre a trajetória inflacionária, o que faz o BC ainda esperar por mais clareza antes de cortar as taxas. A atividade, por sua vez, cresce em ritmo forte, mas os juros altos pesam no investimento, avaliou a autoridade.
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Após a publicação do discurso, os juros dos Treasuries perderam força. Na madrugada eles chegaram a subir, com fôlego contido. Na agenda de indicadores, a abertura de postos de trabalho nos EUA caiu a 8,863 milhões em janeiro, segundo o relatório Jolts. O resultado ficou um pouco acima da previsão de 8,850 milhões dos analistas ouvidos pela FactSet, enquanto o número de dezembro foi revisado para baixo, de 9,026 milhões a 8,889 milhões. Já o dado da ADP mostrou geração de 140 mil empregos no setor privado nos EUA, quando se esperava alta de 150 mil. Os estoques no atacado, por sua vez, caíram 0,3% em janeiro ante dezembro, quando analistas previam baixa de 0,1%.