A estratégia macro da Ibiuna Investimentos tem elevado a alocação de risco em mercados globais desde o início do ano, enquanto mantém uma avaliação cautelosa com ativos brasileiros para prazos mais longos. A informação consta em sua mais recente carta mensal de gestão.
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“Os mercados globais acentuaram em março a tendência de redução de volatilidade em preços de ativos financeiros. Essa tendência já era clara nos mercados de ações e moedas desde o início do ano e se estendeu agora também aos mercados de renda fixa no G10. A razão fundamental parece atrelada à queda da inflação no mundo desenvolvido e à aproximação do início de ciclos moderados de queda de juros, agora também nas economias avançadas no mundo ocidental”, descreve a equipe de gestão da Ibiuna, na carta.
A gestora avalia que a renda variável tem se beneficiado de um “relaxamento relevante de condições financeiras” desde fins do ano passado, em meio a um ambiente de atividade econômica e mercado de trabalho resilientes. No mercado de câmbio, as moedas de países com “alto rendimento e bons fundamentos” têm mostrado “incentivo recente à apreciação”. Assim, desde o início do ano a Ibiuna tem elevado a alocação de risco na busca por oportunidades de retorno nessas estratégias.
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Por outro lado, a gestora reforça a tese sobre uma “dessincronização” de ciclos de quedas de juros, conforme descrito na carta mensal de fevereiro. Logo, oportunidades relacionadas à diferenciação de ciclos nos países seguem no radar.
No Brasil, a Ibiuna avalia que a inflação em queda e a revisão para cima de crescimento econômico deveriam justificar uma “performance mais robusta” dos ativos locais diante de um cenário externo mais benigno a ativos de risco.
“No entanto, o que verificamos é uma performance fraca de renda variável, uma moeda com desempenho decepcionante esse ano, expectativas de inflação de médio prazo desancoradas e taxas de juros nominais e reais em alta relevante neste primeiro trimestre. Difícil não associar esse desempenho à fragilidade imposta ao cenário pela incerteza associada a uma trajetória crescente a perder de vista do endividamento público que demanda prêmio adicional de risco em particular para ativos de maior prazo ou duration”, descreve a equipe de gestão.
Segundo a Ibiuna, é comum que ambientes externos benignos “induzam à leniência na avaliação dos fundamentos de um país, algo que só fica claro quando os ventos vindos de fora mudam”. Assim, a gestora afirma manter uma avaliação construtiva dos ativos locais no curto prazo, mas cautelosa para prazos mais longos.
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As principais posições da gestora são aplicadas (que apostam na queda) em juros reais e nominais no Brasil, além de exposição a ações domésticas – mirando a captura de alfa puro via posições long-short não direcionais – e ao mercado de crédito.
Resultado em março
Em março, o Ibiuna Hedge FIC FIM apresentou alta de 0,73%, acumulando valorização de 9,17% nos últimos 12 meses. Segundo a carta, o livro de moedas foi o principal destaque positivo do mês. Houve ainda saldo positivo com as estratégias posições em índices de ações nos Estados Unidos e na Europa, e com a estratégia sistemática. Já o destaque negativo ficou com as posições aplicadas em juros no Brasil e em outros países emergentes.