Os retornos longos dos Treasuries caíram hoje, na esteira de um conjunto de dados econômicos inconclusivos sobre o momento da economia americana. O entendimento de que a inflação mensal pelo PCE subiu praticamente em linha com o esperado favoreceu apostas mais amenas para a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed), ao passo que o avanço nas expectativas de inflação sinalizou na direção contrária.
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Às 17h (de Brasília), o rendimento da T-note de 2 anos subia a 4,996%; o da T-note de 10 anos recuava a 4,667%; e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,782%. Em relação à sexta-feira passada (19), os retornos terminaram a semana mais elevados.
Os rendimentos sofreram pressão pela manhã, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE) e seu núcleo avançarem os 0,3% esperados em março ante fevereiro. Na comparação anual, a alta de 2,7% no índice cheio e a de 2,8% no núcleo ficaram levemente acima das projeções, de 2,6% e 2,7%, respectivamente.
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Alguns analistas consideraram o dado benigno, enquanto outros avaliaram que não foi o suficiente para instigar qualquer sentimento de urgência nos dirigentes do Fed. De toda forma, o PCE mensal suavizou o gosto hawkish que a leitura trimestral do dado deixou ontem, com números bem mais fortes que o esperado. As chances de o Fed baixar juros já em setembro subiu, e o cenário de um único corte de 25 pontos-base em 2024 permaneceu como cenário mais provável.
Os mercados digeriram ainda o aumento nas expectativas de inflação dos EUA em 1 ano (2,9% em março a 3,2% em abril) e em 5 anos (2,8% a 3,0%), segundo a Universidade de Michigan. A pesquisa também informou recuo bem maior que o esperado do índice de sentimento do consumidor americano, a 77,2, em abril.
A expectativa agora está para a próxima semana, que contará com decisão de juros do Fed e anúncio de plano trimestral de financiamento do Tesouro americano. O BC americano “provavelmente vai sinalizar na próxima semana que a sua confiança de que a inflação está numa trajetória sustentada para 2% diminuiu e que está preparado para deixar as taxas de juro nos níveis atuais até ver sinais claros de que a desinflação está de volta ao caminho certo”, diz a Oxford Economics em relatório.