Apesar de uma avaliação inicial de que a troca de presidente na Petrobras (PETR4) afeta a governança da estatal e colocam um viés negativo às ações, analistas do Citi enxergam, na outra ponta, a capacidade de geração de caixa e mecanismos de proteção a minoritários (tanto na governança da empresa, como a lei das S.A, por exemplo) como redutores de risco.
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“Desde que o novo governo assumiu, a Petrobras demonstrou sua capacidade de sustentar a posição de boa pagadora de dividendos, o que ajudou a apoiar o desempenho das ações até o momento”, afirmou Gabriel Barra, analista do Citi, em relatório. “A grande questão é se esses pagamentos irão se sustentar.”
Na ponta positiva, o banco destaca a capacidade de geração de caixa da petroleira, com o avanço do produção, alta dos preços de petróleo e o endividamento sob controle.
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Segundo o analista, outro viés positivo está no fato de que os investidores acreditam que a empresa não irá conseguir cumprir todo o plano de investimento.
A velocidade de execução do plano de investimento é um dos elementos que estaria por trás da queda de Jean Paul Prates no comando da estatal. “A nova gestão terá que aderir ao plano”, afirma o analista. Para o seu lugar, o governo decidiu indicar Magda Chambriard.
Em uma primeira análise feita sobre a mudança, na quarta-feira (15), os analistas do banco destacaram a deterioração da governança como um risco negativo para os papéis, na 42ª mudança de CEO desde a sua fundação da estatal, há 70 anos.
“A saída de Prates e a possível quebra na estratégia da empresa reforçam nossa recomendação neutra para as ações da empresa”, afirmaram Barra e Cardona, em relatório divulgado ontem. Para eles, com a nova CEO assumindo o cargo nos próximos 15 dias, também devem ser esperadas mudanças na alta administração a curto prazo.
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*Com colaboração de Beth Moreira