A Gerdau (GGBR4) registrou lucro líquido de R$ 945 milhões no segundo trimestre de 2024, queda de 55,9% em relação ao mesmo período de 2023, decorrente, segundo a companhia, do arrefecimento dos resultados operacionais.
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Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, também houve recuo no lucro de 24,1%, informou a empresa em seu balanço divulgado na quarta-feira (31). “O segundo trimestre de 2024 foi marcado por uma dinâmica ainda desafiadora nas regiões em que atuamos”, diz a Gerdau no documento. Veja os detalhes nesta matéria.
Análises do balanço da Gerdau
Safra
Os números financeiros da Gerdau ficaram em linha com o esperado pelo Safra, que considerou o resultado neutro. Para o banco, os números mais fortes do que o esperado na América do Norte, Aços Especiais e Brasil mais do que compensaram os números mais fracos na América do Sul
Em relatório, o analista Ricardo Monegaglia destaca que o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) comparável da siderúrgica de R$ 2,624 bilhões ficou em linha com a estimativa de R$ 2,590 bilhões.
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O Ebitda do Brasil totalizou R$ 534 milhões, 3% acima da estimativa do Safra de R$ 519 milhões, já que os maiores preços de exportação mais do que compensaram os menores volumes e maiores custos e despesas por tonelada.
A margem Ebitda do Brasil de 9% ficou acima da previsão de 8% do Safra para o período, enquanto as vendas totais de 1,185 milhão de toneladas ficaram 2% abaixo da previsão. O preço realizado doméstico de R$ 5.414/t ficou em linha, mas o preço de exportação de R$ 3.587/t ficou 10% acima do previsto pelo banco. Já os custos e despesas por tonelada de R$ 4.732/t ficaram 1% acima da estimativa.
“Acreditamos que os resultados desta divisão podem melhorar sequencialmente devido aos maiores preços do aço e a uma potencial maturação de iniciativas de corte de custos”, afirma.
Na América do Norte, o Ebitda ficou 5% acima da estimativa da Safra, com volumes de vendas acima das expectativas. A margem Ebitda de 21% ficou em linha com o esperado.
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O Ebitda de Aços Especiais totalizou R$ 541 milhões entre abril e junho, 12% acima da estimativa do Safra de R$ 485 milhões, impactado positivamente por maiores volumes de vendas e menores custos e despesas por tonelada, que foram apenas parcialmente compensados por menores preços realizados. “Esperamos que os resultados permaneçam sequencialmente saudáveis nesta divisão de negócios, pois a demanda continua aquecida e o real mais fraco ajuda na conversão dos resultados da parcela americana da divisão”, destaca Monegaglia.
O analista ressalta também que a Gerdau reiterou sua estratégia de ajustar as operações às atuais condições de mercado hibernando algumas de suas operações no Brasil. “Acreditamos que a maturação dessa iniciativa pode levar à redução de custos fixos na região a partir do terceiro trimestre, enquanto prevemos preços mais altos do aço doméstico para produtos de aço plano e longo.
A empresa aprovou ainda a uma distribuição de dividendos de cerca de R$ 252 milhões (R$ 0,12/ação) como um adiantamento do pagamento mínimo referente aos resultados de 2024 e um programa de recompra de ações com prazo máximo de 12 meses para a aquisição de até 68 milhões de ações preferenciais (cerca de 5% das ações em circulação) e até 1,8 milhão de ações ordinárias (em torno de 10% do free float (parcela das ações de uma empresa em livre negociação na Bolsa de Valores). O rendimento implícito de dividendos mais recompras atingiu 4%. “Saudamos o anúncio de um novo programa de recompra de ações”, diz.
O Safra tem recomendação neutra para Gerdau, com preço-alvo de R$ 22,10 para a ação preferencial (GGBR4), o que representa um potencial de valorização de 21% sobre o fechamento do papel no pregão de quarta-feira (31).
Citi
O Citi avalia que Gerdau apresentou resultados em linha com o esperado no segundo trimestre do ano. O banco destaca como positivo o anúncio de um novo programa de recompra de ações.
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Em relatório, os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott apontam que a companhia apresentou uma diminuição nos resultados na América do Norte, Brasil e América do Sul, mas obteve um desempenho melhor na divisão de Especiais.
No Brasil, o banco avalia que houve uma redução nas remessas e estabilidade nos preços, com os resultados sendo afetados por custos de R$ 131 milhões relacionados ao fechamento de unidades anunciado anteriormente.
O banco ainda lembra que a divisão de Aços Especiais teve um desempenho superior, impulsionada pela melhoria na produção de veículos leves nos Estados Unidos e veículos pesados no Brasil, além de iniciativas para aprimorar o desempenho operacional.
O Citi reitera recomendação de compra para Gerdau, com preço-alvo de R$ 24,50, o que representa um potencial de valorização de 34% sobre o fechamento de quarta-feira (31).
XP
Embora Gerdau tenha apresentado um segundo trimestre neutro para a XP Investimentos, a corretora avalia que os resultados reportados pela companhia no período abrem caminho para um segundo semestre melhor.
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A perspectiva positiva para o segundo semestre de 2024 é apoiada nas expectativas de ajustes na capacidade doméstica para melhorar a rentabilidade, incluindo a redução das exportações, e a antecipação de aumentos de preços a partir do terceiro trimestre.
Em relatório, os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano apontam ainda que esperam que a rentabilidade na América do Norte se mantenha acima de 20%, contribuindo para um desempenho mais estável do Ebitda.
Outro fator positivo na avaliação da corretora é o anúncio de um programa de recompra de ações, que varia entre 5% a 10% das ações preferenciais e ordinárias, e o pagamento de dividendos no valor aproximado de R$ 250 milhões para o dia 20 de agosto. Diante deste cenário, a XP reitera a recomendação de compra para o papel da Gerdau (GGBR4).
*Com informações do Broadcast
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