- O Ibovespa hoje encerrou o pregão em queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos, com volume negociado de R$ 25,5 bilhões
- As três ações que mais valorizaram no dia foram Pão de Açúcar (PCAR3), Bradesco (BBDC3;BBDC4) e RaiaDrogasil (RADL3)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CVC (CVCB3), Eztec (EZTC3) e Energisa (ENGI11)
O Ibovespa hoje enfrentou mais um pregão no campo negativo, em meio à preocupação com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos. A principal referência da B3 encerrou esta segunda-feira (5) em queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos, com volume negociado de R$ 25,5 bilhões. No pior momento do dia, ficou perto de perder os 123 mil pontos, alcançando mínima a 123.073,16 pontos. A máxima, por sua vez, foi a 125.850,51 pontos.
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Investidores começaram a sessão preocupados com o desempenho do índice japonês Nikkei 225, que encerrou em baixa de 12,40%, registrando seu pior desempenho diário em 37 anos. Em determinado momento, a queda nas ações do país chegou a acionar o mecanismo de “disjuntor” — o circuit breaker — que interrompe as negociações para permitir que os mercados digiram grandes flutuações.
Na Europa, o cenário não foi diferente: os principais índices acionários também terminaram o pregão no território negativo, diante dos crescentes temores sobre a perda de fôlego da economia dos Estados Unidos. Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 2,04%, aos 8.008,23 pontos. O índice DAX, referência em Frankfurt, encerrou em baixa de 1,95%, a 17.317,58 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, perdeu 1,42%, a 7,148,99 pontos.
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Quem também teve um dia difícil foram as Bolsas de Nova York. S&P 500 e Dow Jones recuaram 2,99% e 2,60%, respectivamente — as maiores perdas diárias desde setembro de 2022. Já o Nasdaq encerrou em baixa de 3,43%, após ter chegado a cair mais de 6% na abertura do pregão. Entre as principais quedas do dia, estiveram as ações da Apple (AAPL), que recuaram 4,82%, depois da notícia de que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, reduziu as participações na empresa.
Outro sinal da cautela que assolou o mercado nesta segunda-feira foi a disparada do VIX (Volatility Index em inglês), uma espécie de “termômetro do medo” em Wall Street. Pela manhã, o indicador bateu o maior nível desde março de 2020, à época do choque inicial da pandemia de Covid-19. Perto do fechamento, saltava 64,90%, a 38,57 pontos. Ao ficar acima dos 30 pontos, o índice, calculado com base no preço de mercado para opções no S&P 500, sinaliza uma turbulência extrema no mercado.
Vale destacar que o temor em relação à possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos teve início após o payroll (relatório oficial de empregos americano), divulgado na sexta-feira (2), indicar a criação de 114 mil vagas de trabalho em julho, em termos líquidos. O resultado ficou abaixo do piso das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 135 mil a 225 mil vagas, com mediana de 180 mil.
Com as inseguranças em torno da economia estadunidense, o dólar encerrou o pregão em alta de 0,56% a R$ 5,7414. Pela manhã, chegou a alcançar máxima a R$ 5,864, mas perdeu força ao longo da tarde após a publicação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos. O indicador subiu de 48,8 em junho a 51,4 em julho, ficando acima das expectativas de analistas ouvidos pela FactSet, que previam um aumento menor, a 51. Dessa forma, funcionou como um contraponto para a narrativa de que o país está perto de entrar em uma recessão.
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Na Bolsa brasileira, o que ajudou a frear o ritmo de perdas foi desempenho dos papéis do Bradesco (BBDC3;BBDC4). Os resultados do banco — em particular a queda na inadimplência, que deixou seus números mais próximos do registrado por instituições rivais — levaram as ações a saltarem mais de 7%, contribuindo positivamente com 0,30 ponto porcentual no Ibovespa. Nesta matéria, 5 casas dissecaram o balanço do segundo trimestre da instituição e fizeram previsões para o futuro.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Pão de Açúcar (PCAR3), Bradesco (BBDC3;BBDC4) e RaiaDrogasil (RADL3).
Pão de Açúcar (PCAR3): 14,98%, R$ 3,07
As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) ignoraram o sentimento de aversão ao risco e dispararam nesta segunda-feira, liderando os ganhos do Ibovespa. Ao final do pregão, os papéis da empresa estavam cotados a R$ 3,07, em valorização de 14,98%. O mercado apresenta otimismo com o balanço da companhia, que deve ser divulgado na terça-feira (6).
Ao Broadcast, a analista da MyCap, Julia Monteiro, destacou que a expectativa de que o Casino venda suas ações no mercado sem pressa, transformando o Pão de Açúcar em uma companhia de capital pulverizado, também contribuiu para a valorização do papel. “A ideia de vender aos poucos está ligada à tentativa de minimizar o efeito de desvalorização do papel no cenário de aversão a risco. O Casino visa fazer um bom negócio, já que a direção não aderiu às ofertas feitas por sua participação”, diz.
A PCAR3 está em alta de 15,85% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,38%.
Bradesco On (BBDC3): 8,3%, R$ 12,27
Bradesco Pn (BBDC4): 7,59%, R$ 13,61
Entre as maiores altas da sessão, também estiveram os papéis do Bradesco (BBDC3;BBDC4). Enquanto as ações ordinárias (BBDC3) subiram 8,3% a R$ 12,27, as preferenciais (BBDC4) registraram alta de 7,59% a R$ 13,61. O movimento ocorre depois de a instituição reportar lucro de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre deste ano, 7,77% acima da média das estimativas das sete casas (BTG Pactual, Citi, Safra, JPMorgan, XP, Goldman Sachs e Santander) consultadas pelo Prévias Broadcast, que era de R$ 4,376 bilhões.
A BBDC3 está em alta de 9,36% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 16,7%.
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A BBDC4 está em alta de 9,67% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 17,47%.
RaiaDrogasil (RADL3): 5,46%, R$ 29,95
Quem também se saiu bem no pregão foi a RaiaDrogasil (RADL3), que terminou o dia em valorização de 5,46% a R$ 29,95. No entanto, nenhuma notícia sobre a empresa esteve no radar dos investidores durante a sessão.
A RADL3 está em alta de 8,51% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,36%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CVC (CVCB3), Eztec (EZTC3) e Energisa (ENGI11).
CVC (CVCB3): -5,95%, R$ 1,74
As ações da CVC (CVCB3) lideraram as perdas do Ibovespa na sessão e registraram queda de 5,95% a R$ 1,74. Os papéis mais sensíveis ao ciclo econômico, conhecidos como cíclicos, foram os mais penalizados no pregão, devido à aversão ao risco global.
A CVCB3 está em baixa de 4,4% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 50,29%.
Eztec (EZTC3): -4,24%, R$ 13,31
Entre as principais baixas do índice, figuraram as ações da Eztec (EZTC3), que recuaram 4,24% a R$ 13,31. O movimento é de correção, já que os papéis chegaram a subir mais de 6% na última sexta-feira, após a empresa divulgar seu balanço do segundo trimestre de 2024.
A EZTC3 está em alta de 0,91% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 28,13%.
Energisa (ENGI11): -3,59%, R$ 44,04
Outra ação que sofreu no Ibovespa hoje foi a Energisa (ENGI11), que encerrou em baixa de 3,59% cotada a R$ 44,04. Nenhum gatilho específico, porém, influenciou o movimento.
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A ENGI11 está em alta de 0,25% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 16,64%.
*Com Estadão Conteúdo