A CSN (CSNA3) publicou na última segunda-feira (12) os resultados referentes ao segundo trimestre de 2024. A siderúrgica apresentou prejuízo líquido de R$ 222,6 milhões no período, revertendo o lucro de R$ 283 milhões, apurado no mesmo período do ano passado.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, atingiu R$ 2,645 bilhões, alta de 17% na comparação anual e de 35% ante o primeiro trimestre deste ano. Mas vale destacar que o resultado ficou 13% acima do consenso.
Diante dos números apresentados, analistas de três casas ponderaram sobre o balanço e mantiveram neutras as recomendações para os papéis da CSN. Somado a isso, foram apontados fatores que contribuíram com alguns avanços e aspectos que ainda geram desconfianças.
Ágora Investimentos
A casa classifica como “fortes” os números operacionais apresentados pela CSN e elenca três causas que explicam o resultado da siderúrgica: maior produção de minério de ferro desde 2016; recuperação trimestral na divisão siderúrgica; e volumes recordes na divisão de cimento. O Ebitda da CSN ficou 12% acima da projeção apresentada pela corretora.
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A Ágora também ressalta a produção de minério de ferro, que atingiu 10,4 milhões de toneladas no segundo trimestre do ano, crescendo 14% ante os três meses que o antecederam.
Já na divisão siderúrgica, a casa destaca recuperação, impulsionada por volumes domésticos mais fortes (aumentaram 9% no trimestre) e custos mais baixos, levando o Ebitda aos R$ 325 milhões (queda de 39% no trimestre e de 41% em um ano). Ainda assim, a margem Ebitda passou de 4% para 6%, do primeiro para o segundo trimestre de 2024.
Assim, a recomendação neutra para as ações da CSN foram mantidas pela Ágora Investimentos.
XP Investimentos
O Ebitda ajustado da empresa, de R$ 2,645 bilhões, foi um dos pontos destacados no documento da XP. Além disso, as despesas de capital da CSN (capex, na sigla em inglês), que subiram 69% de um trimestre para outro, também foram mencionadas. Para a XP, elas refletem “uma série de investimentos para melhorar a eficiência na aciaria, sinterização e modernização geral da UPV”.
Entre os pontos positivos, a corretora destaca a mineração, os resultados das operações siderúrgicas em termos trimestrais e o desempenho da divisão de Cimento. No entanto, a divisão de energia da empresa foi um dos destaques negativos do relatório.
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A casa de análises reconhece que os resultados ficaram acima das estimativas, mas também optou por manter neutra a recomendação das ações da CSN. Entre as justificativas, está a expectativa da desaceleração nos números de mineração e desempenho de preços pressionado na divisão siderúrgica.
Genial Investimentos
A corretora destaca que o viés exportador da China “é positivo para o setor de mineração“. Por essa razão, a Genial entende que a divisão de mineração segue trazendo resultados significativos dentro da holding. No entanto, a casa acredita que a divisão de aço não tem desempenho satisfatório.
“A tendência exportadora tem criado desafios para as operações das usinas brasileiras. Com a introdução de novas cotas para a importação de aço no Brasil”, ressalta o documento emitido pela Genial. Além disso, os analistas dizem não acreditar que as siderúrgicas chinesas devem alterar sua estratégia.
O aumento de preços é uma das apostas para o terceiro trimestre deste ano, segundo o relatório. A corretora, por fim, acredita que “abaixar a alavancagem é imperativo para a tese de investimentos da CSN holding”. Assim, reitera a recomendação de manter as ações, com preço-alvo em R$ 13,35.