A Oncoclínicas (ONCO3) registrou lucro líquido de R$ 19 milhões no segundo trimestre de 2024, um recuo de 45% em comparação com os R$ 35 milhões registrados no mesmo período do ano anterior e em linha com os R$ 19,6 milhões apresentados no primeiro trimestre deste ano.
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Excluindo o efeito não caixa da apuração do valor justo do plano de incentivo de longo prazo (PILP), o lucro líquido da companhia ficou em R$ 29 milhões.
“O recuo acontece do segundo trimestre de 2023 para o segundo trimestre de 2024 porque a base de comparação não é a mesma. Em 2024, fomos impactados por um nível de despesas financeiras maior do que no ano passado. A falta de comparabilidade entre períodos acontece por conta da contabilização de impostos e despesas financeiras”, aponta o CFO da Oncoclínicas, Cristiano Camargo, ao Broadcast.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa registrou alta de 13,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2023, para R$ 289,9 milhões. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 20,2%, um recuo de 80 pontos base (bps) ante o mesmo período do ano anterior.
Entre abril e junho, Oncoclínicas registrou receita líquida de R$ 1,6 bilhão, alta 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
A dívida Líquida Financeira da Companhia somada às aquisições a pagar atingiu R$ 3,209 bilhões no segundo trimestre de 2024. A alavancagem financeira total no período foi de 2,5 vezes.
“Houve uma melhora do 1 trimestre, quando estava em R$ 3,9 bilhões. Mas vale lembrar que gente ainda não colheu os benefícios de ter esse caixa todo, a gente vai começar a ver [esse benefício l] a partir do terceiro trimestre”, destacou Camargo.
Sinistralidade
O CFO lembra ainda que a Oncoclínicas, assim como todas as empresas de saúde, vem sofrendo com a alta sinistralidade (MLR) que o setor enfrenta desde a pandemia de covid-19.
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“Impacta diretamente a receita líquida, já que a sinistralidade se traduz em mais glosas e prazos mais longos para recebimento”, lembra, destacando que os cliente estão demorando mais para pagar.
Neste trimestre, a provisão para glosas e créditos de liquidação duvidosa (PCLD) como porcentagem da receita líquida ficou em 3,1%, alta de 60 bps em relação ao mesmo período do ano passado, mas recuo de 70 bps em relação aos 3,8% do quatro trimestre de 2023.
” A queda da sinistralidade em outros segmentos, como os operadores, já tem gerado resultado. O prazo médio para pagamento caiu para de 118 dias para 101 dias”, aponta Camargo, destacando que a melhora na sinistralidade de outras empresas se traduz para a empresa em melhor geração de caixa operacional, embora com algum delay. Antes da pandemia, quando a sinistralidade começou a saltar para altos patamares, o prazo médio de dias para pagamento era de 85 a 90 dias.
Novos M&As
Após acordo recente que a companhia assinou para a criação de uma joint venture com o Al Faisaliah Group, para o desenvolvimento de uma operação de tratamento oncológico na Arábia Saudita, o CEO da Oncoclínicas, Bruno Ferrari, descarta novas fusões e aquisições (M&As) para agora.
“A Oncoclínicas sempre cresceu em um modelo associativo, comprando ou se associando a operar junto. É o DNA de parceria da empresa. Mas para agora não [pretendemos fazer novos M&As]. Estamos focados na operação na Arábia Saudita e no Brasil”, afirma Ferrari.
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Segundo o CEO, o foco da companhia agora é a desalavancagem, crescimento orgânico e investimento nas operações ativas.
“Temos muito a fazer no Brasil ainda. Vamos estar presentes em todas as capitais até o final do ano, temos um projeto desafiador para fazer ma Arábia Saudita. Temos que ter foco nesse momento para gente ter sucesso”, aponta.
A companhia apontou que o guidance se mantém o mesmo concedido anteriormente, sem novidades.