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Juros fecham em alta na esteira das taxas dos títulos de dívida dos EUA

A calibragem do mercado sobre o ciclo de corte de juros no país norte-americano esteve no radar da sessão

Juros fecham em alta na esteira das taxas dos títulos de dívida dos EUA
Juros (Foto: Adobe Stock)

Os juros futuros subiram nesta quinta-feira (15), acompanhando a recomposição das taxas na curva dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), por sua vez, resultado da calibragem do mercado sobre o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos. Dados de atividade da economia norte-americana acima do esperado levaram a um ajuste nas apostas mais otimistas sobre o processo de afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). O avanço dos juros domésticos ganhou um pouco mais de força à tarde, na medida em que o dólar se firmou em alta.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,780%, de 10,753% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subia de 11,41% para 11,53%. A taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 11,47% (de 11,35%) e a do DI para janeiro de 2029, em 11,47%, de 11,39%.

“O que fez o mercado de juros desandar hoje foram os dados nos Estados Unidos”, afirmou o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal. “Não que indiquem reversão na possibilidade de corte de juros em setembro, mas o mercado vinha buscando razão para apostar nos 50 pontos”, explicou.

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A alta das vendas no varejo em julho, de 1% ante mediana de 0,3%, surpreendeu e os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram mais do que o esperado, reforçando as apostas de redução de 25 pontos-base no juro pelo Fed em setembro, que voltaram a ser majoritárias.

O estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, avalia que os indicadores refutam a ideia de que a economia esteja caminhando para uma recessão ou desaceleração mais forte e acabaram por arrefecer apostas mais agressivas de cortes de juros. “Não por acaso vimos um ajuste forte nos juros hoje”, aponta.

Nos Treasuries, o yield das T-Notes de 2 e 10 anos avançavam em torno de 10 pontos no fim da tarde, mas o do papel de 10 anos seguia abaixo de 4%. O dólar à vista, que pela manhã se segurava em queda mesmo com a pressão dos Treasuries, passou a subir na segunda etapa, fechando aos R$ 5,4838.

Antes mesmo da agenda nos EUA, as taxas já subiam pela manhã, com o mercado na expectativa de um leilão grande de prefixados do Tesouro, o primeiro para este tipo de papel após o fim do período do hiato dos dealers (1 a 10 de agosto). Além disso, a injeção de R$ 255 bilhões no sistema, entre NTN-B e pagamento de cupom de NTN-B anos pares, poderia atrair demanda, num momento de desinclinação da curva a termo. “O leilão acabou sendo médio, com risco para o mercado (DV01) considerado neutro. O mercado teria absorvido uma oferta maior”, afirma Leal. O Tesouro vendeu toda o lote de 1,5 milhão de NTN-F e 8,2 milhões de LTN, das 9 milhões ofertadas.

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