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Ibovespa vai subir ou cair nesta quinta-feira após decisões de Copom e Fed?

Analistas temem queda puxada pelo varejo, mas outra ala diz que decisão do Copom foi assertiva e deve impulsionar a Bolsa

Ibovespa vai subir ou cair nesta quinta-feira após decisões de Copom e Fed?
Ibovespa é o principal índice da Bolsa. (Foto: Adobe Stock)

Analistas do mercado financeiro se dividem ao dizer se o Ibovespa deve subir ou cair nesta quinta-feira (19), um dia após a “Super Quarta”. Ontem, o investidor se deparou com as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Dos analistas entrevistados, dois disseram que o Ibovespa pode subir hoje, mas um comentou que a Bolsa pode entrar no campo negativo.

Para Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos, a expectativa é que o Ibovespa tenha um desempenho neutro ou levemente negativo na quinta-feira. Segundo ele, mesmo que a redução dos juros nos EUA favoreça o fluxo de capitais para mercados emergentes, o tom mais duro do comunicado do Copom, com o aumento de 0,25% na taxa de juros, indica uma postura mais restritiva para conter a inflação.

“Isso pode impactar negativamente setores mais sensíveis à alta dos juros, como consumo e varejo, o que poderia limitar uma resposta mais otimista da bolsa no curto prazo”, comenta.

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Já Pedro Lang, economista da Valor Investimentos, comenta que o tom duro do Copom é positivo para o mercado, o qual está altamente preocupado com a disparada da inflação. “O tom do Copom foi duro, mas isso é exatamente o que o mercado esperava, visto que as expectativas de inflação para 2025 estão desancoradas”, argumenta. Desse modo, o especialista espera um dia positivo e de alta para o Ibovespa.

Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, defende a mesma posição. Na visão do especialista, a decisão do Banco Central foi assertiva, visto que o mercado teme um descontrole inflacionário e o importante agora é trazer a inflação para dentro da meta. “Em meio a essa confirmação da preocupação do Banco Central com as expectativas de inflação, o Ibovespa deve subir nesta quinta-feira, refletindo essa decisão assertiva do BC”, diz Moreira.

Quais são os dados que podem mexer com os juros e o Ibovespa?

Moreira comenta que agora o investidor deve monitorar os dados macroeconômicos dos próximos meses, como números da inflação, atividade econômica e mercado de trabalho. “O principal fator é a inflação, caso ela fique controlada, o BC tende a não subir tanto os juros”, esclarece.

Fernando Bento, da FMB Investimentos, afirma que os dados de inflação nos EUA e no Brasil podem ter um impacto significativo, assim como dados sobre o mercado de trabalho americano, que poderiam influenciar a percepção sobre a necessidade de novos ajustes nos juros americanos. “Caso o mercado perceba que a economia americana está mais frágil do que o esperado, pode ocorrer uma aversão ao risco, impactando o Ibovespa negativamente”, salienta Bento.

O que esperar para a Selic até o fim de 2024?

Os três analistas são unânimes e dizem que esperam duas altas de juros de 0,50 ponto percentual até o fim de 2024, com a Selic terminando o ano em 11,75% ao ano. “Esperamos que o Banco Central mantenha uma postura cautelosa diante do cenário inflacionário, mas o ciclo de aperto monetário deve se encerrar em breve, desde que os dados de inflação e crescimento econômico mostrem sinais de estabilização”, aponta Bento.

Moreira e Lang vão na mesma linha. Lang, da Valor Investimentos, também diz que serão dois cortes de 0,50 ponto porcentual, mas não revela a data das altas. Já Moreira, da WMS Capital, diz que o Banco Central deve fazer um ajuste de alta de 0,50 ponto porcentual em novembro e outro em dezembro.

Já no caso do Federal Reserve (Fed), os três analistas enxergam que a queda dos juros lá fora foi positiva para o mercado acionário brasileiro e que o corte de 0,50 ponto porcentual não trouxe medo de recessão. “As falas de Powell foram positivas para o mercado. Além disso, a queda de juros no mercado americano tende a trazer mais fluxo de capital para o Brasil, o que também pode ser positivo para o Ibovespa no longo prazo”, aponta Lang.

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