Os juros projetados nos títulos de curto prazo do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) cediam nesta quinta-feira (19), diante do debate sobre a escala dos cortes da taxa de juros no país até o fim do ano na sequência do relaxamento monetário de 0,5 ponto porcentual anunciado ontem pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Os rendimentos nos papéis longos seguiam direção oposta e subiam, o que ampliava a inclinação da curva.
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O retorno da T-note de 2 anos cedia de 3,631% no fim da tarde de quarta-feira em Nova York para 3,587% em horário similar hoje. A taxa projetada das T-note de 10 anos avançava de 3,712% para 3,721% e a do T-bond de 30 anos mostrava alta, passando de 4,034% para 4,054%.
Pela manhã, a divulgação da queda inesperada dos pedidos de auxílio-desemprego dos EUA fez as taxas do T-Bond de 30 anos atingirem máximas – 4,088% – e motivou a redução da queda do rendimento da T-Note de 2 anos. Os dados do mercado de trabalho seguirão no radar como calibradores da expectativa para o tamanho do ciclo de cortes, após o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar, ontem, que a magnitude do alívio desta quarta-feira não pode ser encarada como o novo normal.
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“À medida que o ciclo de corte de juros começa, os riscos de reinvestimento materializam-se na ponta mais curta da curva de rendimentos”, pontuou o analista de renda fixa da Julius Baer, Dario Messi. No entanto, o analista não vê nisso uma razão para que os investidores ampliem a exposição de seus portfólios, exclusivamente, com títulos de duration – prazo médio para recuperação do valor investido – muito longos neste momento.
Em relatório, o analista disse que mantém uma abordagem equilibrada e citou que vê boas propostas de valor com exposição em títulos, preferencialmente, aqueles com grau de investimento mais baixo. “Além disso, a dívida em moeda forte dos mercados emergentes deverá estar bem posicionada para se beneficiar do ciclo de cortes”, completou.
Na sessão, o Departamento do Tesouro dos EUA registrou boa demanda em títulos atrelados à inflação, leiloando US$ 17 bilhões de Tips de 10 anos, com uma taxa bid-to-cover em 2,44 vezes, acima da média recente de 2,34 vezes, calculada pelo BMO Capital.